Lilith é a sabotagem interna. A famigerada e toda-explicativa expressão usada em todos os manuais de autoajuda e por todos os psicoterapeutas: o autosabotador.
Bonito isso, penso! (tenho sentido falta da Hilda... o que andará ela pensando agora?)
Bonito, pomposo, explicativo, bombástico... foi localizado o Demo! Agora já se tem mais um responsável pelas coisas todas universais (já notaram que sempre se procura e sempre se localiza um responsável fora da gente para justificar as nossas transgressões? Antes era o Capeta que tentava. O Boto que engravidava as meninas, a vontade de Deus, a Sombra de cada um... agora é o autosabotador.)
Pois bem, deixe-me ser menos prolixo e tentar explicar para mim mesmo e, convencer todos vocês onde essa coisa me deixa atônito.
Eu nunca soube quem é EU!!! Como vou saber quem é o MEU sabotador?
Como todo mundo já sabe (sim, quando eu focalizo e apreendo uma coisa, imediato se faz dentro disso que se chama minha cabeça, que toda a humanidade focou e aprendeu essa mesma coisa... terrível, porque isso não acontece e toda a humanidade me olha com ganas de me internar... saudade da minha encarnação anterior, o Crowley!)
Voltando. Como todo mundo já sabe, o meu ano astrológico está regido por Lilith e é imprescindível que eu encontre o meu autosabotador. (imprescindível porque assim me disseram...)
E agora eu resolvi procurar esse moço. Localizá-lo e dizer ahhh, é você e pum! dar um tiro na testa dele e virar, automático, um ser iluminado. Um ser puro. Só Eu!
Cabe contar que este ser – este ente – que está aqui, tentando se exprimir, não suporta a idéia de iluminação. De ser puro.
Pureza, para esse ser, é a integralidade. A multiparticularidade.
Bem, vamos lá de novo.
Estou procurando o tal de autosabotador dentro de mim. Estou tentando fazer a lição que o outro me ordenou.
Entro em desespero porque quem é o MIM? Fico trêmulo. Suo e desarrumo os cabelos.
Quem é esse mim onde eu tenho que encontrar um pedaço que habita nele e que tem o nome de Autosabotador?
Quem é esse EU que meus pais nomearam de Genilson? Quem é esse ser que fala o meu braço, o meu pé, o meu nome, o meu espírito?
Quem é esse que está acima do meu corpo e de tudo o que eu presumo de mim e que diz que é ele? Usa a fala da minha língua, os raciocínios do meu cérebro, as emoções da minha alma e se diz EU?
Não consigo identificar essa entidade que fala “MEU” sobre o que pertence a uma estrutura, um monte de sentimentos, um amontoado de cognições e vivências que é o que eu penso ser o Genilson.
Quem é o meu proprietário que se diz Eu?
Na verdade, Senhores, eu sei a resposta. Ela me basta e não me gera o mais pequeno desconforto. O que me gera desconforto é a exigência de ter que separar essas partes inseparáveis – sim! absolutamente inseparáveis – para que, após separadas em indivíduos, sejam confinadas em compartimentos e passem a ser utilizadas conforme o que se chama convivência social.
Eu tou cada vez mais de saco cheio.
Quem são todos esses que não fazem a mais mínima idéia de quem sejam, me orientando e aconselhando com olhares pios para que eu identifique em mim, partes indissociáveis e, portanto, inidentificáveis?
Vou pedir um favor para vocês. Separem a cor verde da luz verde. Sim, tomem um lâmpada verde e consigam para mim, separar a cor verde da luz verde da lâmpada...
Ahhhh, e não me olhem com esses olhares desviados!
Bonito isso, penso! (tenho sentido falta da Hilda... o que andará ela pensando agora?)
Bonito, pomposo, explicativo, bombástico... foi localizado o Demo! Agora já se tem mais um responsável pelas coisas todas universais (já notaram que sempre se procura e sempre se localiza um responsável fora da gente para justificar as nossas transgressões? Antes era o Capeta que tentava. O Boto que engravidava as meninas, a vontade de Deus, a Sombra de cada um... agora é o autosabotador.)
Pois bem, deixe-me ser menos prolixo e tentar explicar para mim mesmo e, convencer todos vocês onde essa coisa me deixa atônito.
Eu nunca soube quem é EU!!! Como vou saber quem é o MEU sabotador?
Como todo mundo já sabe (sim, quando eu focalizo e apreendo uma coisa, imediato se faz dentro disso que se chama minha cabeça, que toda a humanidade focou e aprendeu essa mesma coisa... terrível, porque isso não acontece e toda a humanidade me olha com ganas de me internar... saudade da minha encarnação anterior, o Crowley!)
Voltando. Como todo mundo já sabe, o meu ano astrológico está regido por Lilith e é imprescindível que eu encontre o meu autosabotador. (imprescindível porque assim me disseram...)
E agora eu resolvi procurar esse moço. Localizá-lo e dizer ahhh, é você e pum! dar um tiro na testa dele e virar, automático, um ser iluminado. Um ser puro. Só Eu!
Cabe contar que este ser – este ente – que está aqui, tentando se exprimir, não suporta a idéia de iluminação. De ser puro.
Pureza, para esse ser, é a integralidade. A multiparticularidade.
Bem, vamos lá de novo.
Estou procurando o tal de autosabotador dentro de mim. Estou tentando fazer a lição que o outro me ordenou.
Entro em desespero porque quem é o MIM? Fico trêmulo. Suo e desarrumo os cabelos.
Quem é esse mim onde eu tenho que encontrar um pedaço que habita nele e que tem o nome de Autosabotador?
Quem é esse EU que meus pais nomearam de Genilson? Quem é esse ser que fala o meu braço, o meu pé, o meu nome, o meu espírito?
Quem é esse que está acima do meu corpo e de tudo o que eu presumo de mim e que diz que é ele? Usa a fala da minha língua, os raciocínios do meu cérebro, as emoções da minha alma e se diz EU?
Não consigo identificar essa entidade que fala “MEU” sobre o que pertence a uma estrutura, um monte de sentimentos, um amontoado de cognições e vivências que é o que eu penso ser o Genilson.
Quem é o meu proprietário que se diz Eu?
Na verdade, Senhores, eu sei a resposta. Ela me basta e não me gera o mais pequeno desconforto. O que me gera desconforto é a exigência de ter que separar essas partes inseparáveis – sim! absolutamente inseparáveis – para que, após separadas em indivíduos, sejam confinadas em compartimentos e passem a ser utilizadas conforme o que se chama convivência social.
Eu tou cada vez mais de saco cheio.
Quem são todos esses que não fazem a mais mínima idéia de quem sejam, me orientando e aconselhando com olhares pios para que eu identifique em mim, partes indissociáveis e, portanto, inidentificáveis?
Vou pedir um favor para vocês. Separem a cor verde da luz verde. Sim, tomem um lâmpada verde e consigam para mim, separar a cor verde da luz verde da lâmpada...
Ahhhh, e não me olhem com esses olhares desviados!
Oi Gê,
ResponderExcluirSei que separar a cor verde da luz da lâmpada verde é possível. Basta um espectrômetro.
Não afeta a integridade da lâmpada, da luz, ou da cor. Por que a ação do espectrômetro é apenas provocar "aos nossos olhos de observadores" condições especiais de análise, seja da cor, da luz ou da própria lâmpada).
O objeto observado não muda, não se desintegra, em função da observação. A não ser que sua integridade dependa da influencia externa.
Assim, também acho que é o indivíduo humano.
Não somos isso ou aquilo por que somos classificados assim.
Somos classificados por sermos/existirmos.
Quando Freud disse que todos os nossos problemas estão relacionados à foda não dada com nossa mãe, ou nosso pai (quem entende de Freud é voce, não eu...rs), as pessoas não passaram desde àquele dia a ter problemas com seus pais. Ele disse o que ele viu, ou seja, o conceito formou-se da observação. O mesmo ocorreu com os arquétipos Yungianos, com a astrologia e etc...
Nada passou a existir pelo fato de ter sido conceituado. A observação da existência gerou o conceito.
Porém, conceitos são pessoais. Fazem parte daquela coisinha que cada um carrega em si, a Moral - entenda aqui minha expressão de moral como conjunto de regras e comportamentos que o indivíduo adota para si ao longo de sua existência.
Toda essa linha de raciocínio foi para chegar ao seguinte ponto: Quando alguém, que não faz a mínima idéia de quem é, observa o outro, o ato não é invalidado pelo fator de não se conhecer.
Sabemos que observar o outro é mais fácil para todos nós. Um dia, alguém disse que olhar para seu próprio umbigo é feio e é egoístico, pior que isso, as pessoas acreditaram nesta afirmação e tomaram-na como verdade absoluta. Pararam de fazer o culto ao seu Narciso. Focando-se no que está fora e adiante de si mesmo.
Pra mim, o grande problema não reside em conceituar o outro, o mundo, ou o externo, sem conhecer o eu, o id, o interno.
O problema passa existir quando acreditamos e nos deixamos afetar pelo conceito de olhos que não são os nossos.
Quando o outro diz que somos isso, ou aquilo, que temos ou devemos fazer determinada busca, que podemos ou não encontrar determinada resposta, ele (o outro) está fazendo o que sabe fazer de melhor: observar o externo a si.
Ao indivíduo observado cabe avaliar se ele tem conhecimento de si mesmo o suficiente para sufocar-se com as observações alheias. Se há motivos para confrontar-se com estas observações; se elas fazem ou não parte do ser que voce é, que voce acredita ser, que voce quer que os outros acreditem que voce é.
Os observadores são os espectrometros do ser, que para entender o ser observado, precisa da multidivisão, do multifoco. O Ser é a lâmpada, que não precisa quebrar-se para provar (ou não)que a observação está correta. Ela pode permanecer intacta. Ela pode mostrar apenas a luz, ou apenas o verde, mas ainda assim continua sendo a lâmpada. Ou ainda, ela pode mudar de cor, apagar a luz, ou deixar de ser lâmpada, em função do observador.
Nós ocupamos diariamente o papel de observador. Ocupamos diariamente o papel de lâmpada.
E se alguém disser que a lâmpada que você é está com defeito, é opção sua alterar-se com a observação ou não. Levá-la como verdade ou como engodo.
Se alguém disser que o observador é cego, é opção sua mostrar (ou não) que não são apenas os olhos que observam. Crer ou rir-se.
Uma coisa não exclui a outra. Todas as opções transitam no mesmo território, ao mesmo tempo e agora.
É o que eu acho...
Círcera... tem uma coisa nova, muito antiga. O espectômetro consegue criar condições para que o observador "VEJA" a luz verde separada da cor verde... não era isso que o dever pedia: o dever pede para SEPARAR a cor verde da luz verde!
ResponderExcluirbeijos