quarta-feira, 31 de março de 2010

Mão esquerda para mão direita. Do baixo para o alto


Lilith – o princípio da Vida que permanece em mim, me instruiu o perfeito conhecimento e controle do meu divino vital.

Da esquerda para a direita e do baixo para o alto. Saturno espelhado ou Júpiter invertido.

A direita, de luz, só passará a ser conhecida se eu tiver caminhado desde o princípio que se origina na sombra. É imprescindível que seja assim. Não posso realizar a luz se eu não tiver vindo da escuridão. E é mais imprescindível que eu tenha o absoluto conhecimento do escuro... antes disso, que eu não me iluda como fazem todos os pretensos e tanto abundantes mestres e sacerdotes, é Vida perdida.

Depois da caminhada da esquerda para a direita é necessário que eu desça ao submundo. Que eu perceba-o, adentre-o, alimente-me dele e, quando prenhe das forças do baixo, encaminhe-me para o alto.

No centro, ponto zero dos cruzamentos, devo encontrar o fulcro, para que eu me aperceba e apreenda a perfeita combinação de práticas versus vivências. Ponto onde habita a Vontade.

Conhecendo a vontade eu posso transitar em qualquer direção, de qualquer ponto a qualquer ponto e apropriar-me da consciência de Potestade, eis que cada ponto é conhecido meu.

No mais, habitar esse quadrilátero de 5 pontos ou dar-me o direito de procurar e o poder de encontrar, quem sabe, as medianas desse quadrilátero... ou as alturas dele, as bissetrizes... o infinito deixa de ser o limite para a minha expansão...

Vejam bem: eu não disse “evolução”. Eu disse “expansão”!

A estupidez religiosa


"
  • Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses (isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores). Este sofrimento vem do orgulho.
  • Ma fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânsc. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.
  • Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.
  • Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles, etc; e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.
  • Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânsc. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.
  • Hum fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou do ódio."

18 vezes a repetição da palavra sofrimento.
6 vezes a repetição da frase "fecha a porta"
6 períodos carregados com a negatividade dos vocábulos e expressões queda, reinos inferiores, briga constante, inveja, doença, velhice, morte, estupidez, ignorância, fome, sede, inferno, raiva, ódio...
Nenhuma vez o vocábulo Vida. Nenhuma vez o vocábulo Alegria. Nenhuma vez o vocábulo Adequação. Nenhuma vez o vocábulo Pertinência... nenhuma vez o vocábulo PRAZER!

E esse mantra é entoado em devoção ao Dalai Lama!!

Isto me remete à minha mãe, no meu tempo de menino mijão, lá em Barbacena, que, muito atarefada sempre, para que nós, os filhos, não saíssemos de perto da guarda da sua visão, dizia-nos: Menino! não vai lá fora porque o bicho te pega e te come...
E nós, com um medo absurdo do "bicho que pega e come", mantínhamo-nos junto dela, com uma infinita impressão que, sob a sua proteção e sem nos afastarmos da sua guarda, jamais o bicho nos pegaria... mesmo que ali, ao lado dela, a coisa fosse enfadonha e entediante... sem nenhum prazer.
O prazer era pouco, mas a crença na proteção, de alguma forma tornava a coisa confortável.
E entoávamos mantras de devoção a ela.

Valha-me, Lilith! como a esperteza de uns poucos controla quase todo um mundo e ainda recebem dele, cânticos de devoção!



O encanto de ser, simultaneamente, chumbo e ouro


Eu gosto das minhas oscilações e minha incessante mutabilidade, Senhores!

E mais, se me perguntarem se eu não me envergonho delas, talvez eu responda, candidamente, não. Pelo contrário, eu me orgulho!

Há bem pouco tempo, eu me dizia um homem de extremos. Hoje eu me digo, sim, de extremos ainda, mas com a grande habilidade de passear em cada centímetro que ponteia todo o espaço entre um e outro extremo.

Gosto disso. Dá-me um senso de plenitude e poder de compreensão. Perdôo e perdôo-me, sempre. Sem o perdoar a mim, não saberia perdoar a outrem. Acuso e acuso-me, da mesmíssima forma.

Ainda ontem eu estava fremente de desejo de ver o mundo pegar fogo. Talvez, certo, eu me incendiasse dentro do incêndio dele (de que importa isso, se o mundo não puder me aturdir – com fogo ou com água ou coisas quaisquer?).

Cansado estava das miudezas mordazes, das falações sussurradas, da algaravia de comentários sibilados, morcegos no sótão coletivo dos acovardados, carregando o enorme peso dos seus medos de si mesmos.

Pensei, eu xiita de uns valores muito próprios, a beleza histórica da derrelição das torres gêmeas de cada um desses portentosos fracos:

Que belo seria pôr, em confronto provocado, todos nós: aquele moço e aquela sacerdotisa – a dos laços de juramento... aquela outra também! Aquele, o qual se acusa de apropriação indébita de ofício religioso... eu mesmo, que ainda ontem era o discípulo honrado e hoje vagueio na vala dos execrados.

Eu diria, inflamado: eis que é chegada a hora e, nessa hora, teríamos a oportunidade de perguntar a nós mesmos e, de todos esperar a mais honrada resposta,

É hora da sublimação da honra de todos os preceitos. É hora de verificar se os nossos preceitos de honra, são os mesmos preceitos da honra dos deuses. Demo-nos esta magnífica oportunidade.

Afortunadamente o sono me dominou e fui para a cama onde uns sonhos me possuíram. Afortunadamente digo, não pela destruição que foi evitada, mas pela oportunidade que tive de vagar, nau diuturna, entre as gradações do mesmo princípio de criação e destruição. Marte já velho que preferiu descansar entre uma e outra coisa.

Hoje estou apaziguado. Eu vi a Lua e entendi a extensão de todos os perdões que me posso dar e que posso ofertar. Há nos céus astro mais volátil e mais mutante? Fruição mais instável?

De certo que não!

No entanto, só encantos... não há quem não se deixe levar pelo fascínio dela, que dura muito menos do que poucas horas, dentro de uma única noite... e vai. Nau noturna.

De quando a honestidade é o crime.

Eu traí. Eu menti. Eu enredei. Eu obstruí. Eu dissimulei. E confessei. - Confissão espontânea, jamais esperada, pois de crimes jamais sabidos.

Ando, agora, no banco dos acusados, em julgamento solene. Naturalíssimo, conforme a Lei.

À esquerda, minha defesa, a Honestidade. À frente, o Juiz, sempiterno impoluto, sob a mão de Deus zeloso e criador, que vinga a iniquidade.

À direita, o Promotor. Justo à minha frente, dedo em riste, a Vítima.

Lei humana, Lei divina: traí, imediato, devo sofrer julgamento – condenação ou indulto.

O Juiz, impoluto e religioso, sob a égide de deuses, empunha na mão esquerda uma cruz e na direita, a máscara e é, ao mesmo tempo, minha vítima e o promotor.

Sei que me perguntarão o que é a máscara. Devo recordar-lhes, Senhores, que o acusado só pode falar se autorizado. Sugiro que perguntem a ele, o Juiz, o que significa essa, dele, máscara... não me cabe explicá-la. Eu não a tenho, Senhores. Somente a vejo.

Olho-me e olho rogativo à minha defesa. A honestidade da confissão espontânea (ao contrário do meu atual Juiz, outrora criminoso contra mim, que só confessou sob tortura) é, em si, ato de coragem ou ato de subversão?.

Rogo a mim, aos meus deuses e ao Tribunal a sublimação do ato viril e corajoso da confissão e auto-exposição ao julgamento e, caso condenado, à execração pública. Não encontro eco.

Alguém no tribunal me diz, enfaticamente:

- Jamais confessasse, senil! Entortasse, distorcesse, escondesse, ocultasse, mas jamais confessasse!. O não provado confirma in dubio, pro reo!

Eu me pergunto, de chofre, de dentro dos meus intestinos, sob essa dor da obrigação de esconder a culpa, para não ser declarado culpado! Se eu não houvesse confessado, ainda seria fiel depositário de confiança, mesmo não sendo, lato sensu, confiável?

Raios me atravessam a alma libertária e indomesticável, que grita fundo, no silêncio obrigatório, interpelando a todos os juízes universais do tempo e da história, dos céus e dos infernos que, se não reconhecido o crime, ele é, automaticamente, inexistente? Que os juízes – mesmo quando vítimas do crime – e não cônscios dos desvios do criminoso, continuarão acreditando, defendendo-o e ainda acusando de caluniadores os que apontam na direção desse criminoso – como fez o meu próprio juiz há bem pouco tempo?

Estão querendo afirmar à minha alma que, caso eu não tivesse confessado espontaneamente minhas traições ao traído, ainda hoje, esse traído defenderia veementemente a minha honestidade, sendo que, de fato, ela não existiu até o momento da confissão da minha desonestidade?

Querem que eu enlouqueça do modo mais cruel?! A loucura que foge da realidade?

Essa loucura não me pertence, Senhores! Eu sou a loucura da lucidez – mesmo aquela que crava fundo no meu peito e o rasga, ensandecida, mas não a outra. A essa que me propõem, eu prefiro o desmonte.

É quando os demônios da sapiência se aproximam, sorrateiros, de mim e me sopram perguntas ameaçadoras:

Teria o Juiz a coragem de confessar os seus crimes, semelhante ao que procedeu o acusado? Ou insistiria o impoluto e religioso Juiz dizendo-se jamais ter-se valido de crimes para a sua existência ordinária?

Entre os demônios sorrateiros, eis que vem Lúcifer, no mais vigoroso brilho que pode ter e me diz, sereno e vingativo:

- O juiz, qualquer juiz, só poderá exercer um julgamento se, alhures e algures tiver, de alguma forma, vivenciado experiência idêntica àquela a qual está julgando, na pele de sujeito do julgamento. Caso não e, ainda assim, se atreva, não é juiz. É mero sentenciador.

Ave, Lúcifer!

Como convém...


Hoje a Lua se fez linda como nunca para esperar o Bill Berry chegar!

Vestiu-se com todos os pratas que arregimentou no céu e todos os vestidos de nuvem branca; lânguida e imponente, apareceu fulgurante.

Recebeu o Bill com o olhar suave das grandes mulheres e cercou-o de mimos e atenções, apresentando-o a cada membro da realeza...

E, como convém a uma grande senhora, na hora certa, recolheu-se à devida e adequada discrição, permitindo que o convidado da noite atuasse no seu brilho próprio. Fulcro das atenções.

Velou-se, então, na sua grandeza e, majestosamente, permaneceu na sala do céu, com poucas falas, sorriso discreto e maneiras nobres... como convém a toda verdadeira Rainha. Divina e misteriosa, sorria, sorria e quedava silenciosa. Até o fim da noite, quando, Rainha e Divina, presenteou-o com uma adorável surpresa de prazeres e encantos, enviada pela sua prima Vênus.

E o Bill Berry, em frutos e bagas, recatado em esperanças e volúpias, como convém a qualquer nobre, foi.

Eu, convidado da Lua, em êxtases e assombros, encontrei a hora de me ir. Levantei-me, elegante como convém a todo Leão, saudei os tantos outros convivas e, à porta, recebi os abraços da anfitriã. Segurando as minhas duas mãos entre as dela, olhou-me sobranceira, como convém a todos os sábios e segregou no meu ouvido:

- Gê, a nobreza nos orienta que cedamos nosso espaço a qualquer convidado... e fez pausa. Olhou-me depois, novamente, na alma e admoestou:

- A nossa divindade nos permite que escolhamos nossos convidados. Concluiu sábia e reticente.

Ainda agora não sei se agradeço a você, Bill Berry, ou à Lua, porque somos os três – você, a Lua e eu, a mesma essência.

domingo, 28 de março de 2010

A mesma e enfadonha lição...ora mais compreendida

Por que, eu lhe pergunto com ênfase, você insiste reiteradamente, repetidamente e regularmente dar-me provas da grande lição que já aprendi. outrora, com você - que toda ortodoxia é hipócrita?

Eu já não vejo mais a sua ortodoxia como fator de engano: a sua hipocrisia já é por demais conhecida minha. Já sei esta lição de cor e salteado.

E por que, então, a cada estação, você acenar com a sua falácia e depois, emitir o mesmo golpe, se nem mesmo roupagem diferente lhe acrescenta?

Fico, como sempre, me fazendo perguntas e respostas cada vez mais aranhas tecedeiras que traçam viscos na minha alma com suas nervuras finas e suas teias... assombro de saber tanto, de tanto apalpar a solidez da sua veladura mentirosa e ver-me, a cada volta de cada esquina, de novo à sua frente que insiste, algoz, em me fazer lembrar a lição.

Tenho errado no exercício da lição? – sim, porque muito diferente de você e seus comparsas e seus discípulos e toda sorte de hipócritas onde você se aninha e, simultâneo os aninha, as lições me servem para um exercício diário da prática do que o bojo da lição me apresenta. (Para você e toda a sua comitiva, basta repetir o enunciado dela... e pronto! Já basta para impressionar os medíocres e miseráveis seres que se alojam nas tão pretensiosas comunidades, tradições, confrarias e toda sorte de mesmice... o quanta species sed cerebrum non habet!

Tento uma pausa nesse burburinho onde se agita o meu espírito libertário. Esforço-me. Insisto!

Preciso encontrar uma razão para a insistência pleonástica desse mestre em se apresentar repetindo a mesma lição, de vez em vez regulares, ou dar fim, de vez única, a esse vazio anímico que é esse mesmo mestre.

...

Sim! Sim, Mestre! encontrei... Abençoado seja pelas armas infalíveis de Kali – aquela que tanto é entoada e, simultâneo, tão desautorizada! Abençoado seja pelas flechas certeiras de Arjuna!

Rendo-me agora, alma quebrantada, quando entendo que a repetição enfadonha da mesma e única lição serve a um objetivo imenso e plano: eu passar a nunca mais, eternamente, me permitir acreditar em nenhuma mais textura, cor, brilho falso, ou a permanência indelével da sua máscara!

Namastê ao seu demônio, aquele o mantém tão amedrontrado!


"Tudo te é lícito, mas nem tudo te convém"... a máscara?

sábado, 27 de março de 2010

Assim seja


Lamento muito, Senhores. Não por vós, mas por mim mesmo.

Eis que é chegada a terceira hora e só me cabe reconhecer que tudo não passou, mesmo, dos engodos do meu Netuno, velho vagabundo!

Que ele, então, cumpra o que é dele cumprir: destruir os minotauros todos que me deixou de herança. Que se rasgue e seja defenestrada a minha Creta e que tudo se volte ao ventre do limpo, do puro, do asséptico...

Mas nunca para que eu seja o limpo, o asséptico, o puro e sim para que os monstros de belezas falseadas dos outros, de mim, sejam apartados.

Por que perguntar, se o arroz basta?


Por que razões estou eu preocupado com a possibilidade de as pessoas obterem mais amplidão nas suas expectativas de prazer e, por conseguinte, livrarem-se do fardo do ramerrame e da lida diária dos pequenos fatos, se elas, as pessoas, estão preocupadas somente com o seu ramerrame diário e pequeno da providência cotidiana do arroz, feijão e mistura para o almoço e jantar?

Por que, estou me perguntando hoje, imaginar que todas as pessoas, ao tomarem conhecimento verdadeiro da sua atribuição divina, experimentarão provas de prazeres e delícias de ser e estar em prontidão para a felicidade?

Por que, refletir que a profundeza dos infernos e as alturas dos céus permitem uma gama infinita de experiências, entre um e outro, que facultam ao homem a capacidade de decidir e dirigir as suas ações para a completude do deus encarnado, se as pessoas se importam muito mais com o ramerrão dos pequenos infortúnios, das pequenas mazelas e mesmos males que os encolhem diante do Divino, mas os torna diferenciados diante dos homens?

Para quê pensar na imensidão, se o que importa é apenas o almoço do dia e estar capaz de cumprir o turno diário de seus pequenos trabalhos e, à noite, assistir à novela antes de deitar e dormir?

Qual a motivação de refletir sobre preconceito e seus antídotos; sexualidade e a desnecessidade de velá-la sob qualquer véu; das sistemáticas e suas transgressões, se o que importa é manter tudo como está, porque refletir desqualifica qualquer possibilidade de manter tudo como está?

Estou mesmo inclinado a pensar, hoje, que quanto mais rasteira a necessidade, menos trabalho e esforço e, portanto, menos comprometimento da alma e do espírito.

Para quê perguntar coisas além do mínimo para a sobrevivência se os seres sobrevivem com parcas rações diárias de comida, excreção e sono?

Para quê locomover o espírito vagante entre a multitude pessoal e as possibilidades decorrentes de conhecimento de todos os nossos aspectos de luz, sombra, meia-sombra, sombra projetada, cinzas, vermelhos, azuis e a miríade de fosfenas que decorrem, se nada disso faz sentido na providência do cotidiano de arrozes, feijões, legumes, cocô e sono?

As pessoas devem mesmo estar certas. Comida, cocô e sono bastam para a sobrevivência. Realmente não se faz vital nada mais do que isso. Um dia, às vezes, uma leitura de um texto qualquer... mesmo que a esse texto qualquer não lhe seja permitido nenhum acesso ao espírito do ledor; uma assistidela a um seriado americano e algumas doses de frases feitas por outrem e repetidas, à exaustão, pelo indivíduo são o suficiente mais do que necessário para fazer crer que esse ser já atingiu o grau de bacharel e lhe faculte ministrar ensinamentos e sistemas.

Assustam-me, esses seres, porque são pacificados em si mesmos... e eu, que não me ocupo com o meu arroz e feijão porque sei que “não me preocupe com o dia de amanhã e a cada dia basta o seu próprio cuidar” tenho intensas fomes e profundas sedes de outros arrozes e de muitos e bastante diferenciados feijões. Sou abatido por uma permanência de buscas.

Assustam-me também os seres que, imediato depois dos seus cocôs e suas punhetas, imergem em livros de sabedoria, livros mil, livros às tontas, livros às mancheias, olham a vida com olhar perdido e sem a mais pequena coragem de se fazerem perguntas... qualquer pergunta e, momento seguinte, dão aulas graves e sisudas.

Não posso, Senhores. Não posso parar de perguntar. “Vou continuar perguntando, mesmo sabendo que não vou ouvir respostas“ (Hilda Hilst).

Posso, sim, parar de tentar ser compreendido na minha intenção de facilitar as possibilidades de auto-re-conquista e autoapropriação, mas parar de perguntar? Nunca.

Não oportunizarei mais ouvir o conselho que eu me candidate à presidência da república para realizar o meu trígono sol na 1, Plutão na 5 e Marte na 9!

Eu calarei as minhas falas para que as minhas falas não faladas, calem mais fundo nos espíritos que assim o quiserem

terça-feira, 23 de março de 2010

A mão que abençoa...

É corrente entre os magistas, bruxos, esotéricos e toda sorte de esquisotéricos paralelos, a afirmação de que a mão que abençoa é a mesma que amaldiçoa.

Como sempre, martela-se na minha cabeça o mesmo bordão – borduna e chavão – de sempre.

Como será entendida e aplicada essa informação?

Será entendida como que a mão que abençoa é a MESMA que amaldiçoa ou se abstraem, por aí, e se aliviam crendo que essa mão é uma quando abençoa e outra quando amaldiçoa?

Será possível entender uma única mão como duas ao mesmo tempo?

Nesse caso, acredito que para essa compreensão tenha que se passar, necessariamente, pelo conceito de dualismo. Uma mão que faz parte e arte do “bem” e nisso é considerada abençoadora e, momentos depois, é praticante de uma arte do “mal”, portanto, amaldiçoadora. Fica implícita a dualidade bem versus mal.

Parece-me, quero crer no que é dito sempre, que os sistemas e credos pagãos – ou neo-pagãos, como preferirem, pregam a unicidade. O Divino único.

Como entender, então, uma divindade única com duas caras?

Não resta incoerente?

Quero tentar fazer-me compreender que isso não acontece desde que, sendo a divindade uma única coisa, indivisível e sem qualidades, o que ocorre, verdadeiramente é que a bênção e a maldição, da mesma forma, são uma e única coisa também. E não contrários perfeitos.

Pensando assim, a minha compreensão me leva a afirmar que há a mão – bênção e maldição - e não uma coisa agora e outra em outra hora, mas sim ambas as coisas, simultaneamente.

Concordo com a dificuldade filosófica dessa compreensão, mas como costumo afirmar, a filosofia é que dificulta qualquer entendimento.

O mundo egresso da filosofia greco-romana e controlado pelas religiões judaico-cristãs não presume pensar – e pensar aqui não significa raciocinar e sim idear – abstraindo da dicotomia bem e mal, luz e sombra.

Bastante ao contrário do que afirmam alguns “pensadores”, é premente que desaprendamos a pensar. Ao menos no que se refere às coisas do espírito.

Portanto, Senhores, quando estendo a minha mão, é minha mão que está sendo estendida. Tão somente isso. Quando a minha mão se retira, é apenas a minha mão que se retira. Se bênção ou maldição, vai da cara com que a encaram... portanto, Senhores, a cara que dão a ela é somente uma atribuição que dão a ela. Não me responsabilizem!

O Glamour e o Pão-com-ovo

Ontem, um ser especial me disse de forma brilhante e sábia: “... assim como o discípulo afoito vê um mestre em qualquer pessoa de destaque público, acho que o oposto complementar que alimenta isso, também deve acontecer, ou seja, o "mestre" pode ver um grande discípulo em alguém que não dá nem meio discípulo...”

Que grande sabedoria e ponderação, Senhores. Simples como água cristalina e firme como cristal de rocha.

E onde isso tem início? Onde se estabelece essa incapacidade de discernimento, de acerto, de ponderação que poderia evitar tantos e tão malfadados casos de desvios e desacertos? No Poder, Senhores!

O Poder é a faculdade de impor obediência. Autoridade. Mando. Império. Soberania. Posse. Domínio. Atribuição. Força moral. Virtude. Influência.

A busca pelo poder é natureza essencial do ser humano.

Não se pode envergonhar ou recear ter e exercer o poder. É parte da ordem e das estruturas sociais e culturais.

A exacerbação do poder ou a caça faminta dele é que o tornam perigoso e assassino.

Peço licença para falar sobre o poder exercido nas áreas de meu interesse e atuação: os sistemas mágicos, os sistemas religiosos e suas decorrências.

No nosso caso, no trabalho com elementais, fala-se muito sobre o glamour das fadas... um eufemismo romântico e condescendente com o verdadeiro glamour – glamour do poder!

Criaturas que sonham, deliram, alucinam com seres e deuses e panteões e armas e mistérios e se afirmam sacerdotes e sacerdotisas, iniciados por ou autoiniciados por também e, do nada, com um athame na mão esquerda, um caldeirão de ferro, um saco preto de tecido barato e um indefectível pentagrama, criam uma “tradição”...

No entender pleno do vocábulo, tradição é a comunicação ou transmissão de doutrinas, ritos, costumes, feita de pais para filhos no decorrer dos tempos ao sucederem-se as gerações. É Memória, recordação, símbolo.

Mas aqui, não! Tradições são criadas (pensem!) após o sonho ou pesadelo de alguém e nomeiam-se com títulos pomposos: Tradição do Dragão Encurralado... Tradição das Diânicas Definitivas... Tradição dos Povos Wanen da América Central... ufa! E todas com suas siglas e seus símbolos mágicos.

Depois que é criada a “tradição” – recém-nata - escrevem-se textos, livros das sombras, grimórios, receitas de feitiços e manual de rituais, sabe-se lá saídos de onde ou de quem copiados e dá-se o nome a esse conjunto ordinário de “mistérios da tradição”! Nada mais precisa ser feito! Resta apenas esperar por todos os que andam à cata de qualquer coisa que os tirem do anonimato e lhes dêem alguma confiança e, quiçá, projeção. Pronto. A faca e o queijo!

Desse encontro de um alucinado, com desejo premente de adulação e reverência e dos alucinados por adular e reverenciar, a coisa toma corpo. Infla-se como uma bolha, inflando os egos de um e de outro. Do líder alucinado e dos acólitos liderados.

E não me venham esses bruxos brandindo os seus BOS (book of shadows, para os que não sabem) - e eu me irrito aqui, mais uma vez perguntando a esses delirantes, por que não o simples e bem português Livro de Sombras? Será que, no seu entendimento, a coisa fica realmente mais glamorosa se expressada em inglês? Lembra-me os subúrbios pobres de todas as cidades, onde placas pobres nomeiam restaurantes e bares sujos, e se pode ler, comumente Drink’s Bar, ou Internet’s Bar e coisas do gênero... -

Não venham brandindo os seus livrecos encapados com papel camurça preta e com a triluna desenhada com tinta relevo prateada, porque não me ameaçam nada. Já cumpri a minha cota de imbecilidade acompanhando um cordão de delirantes e seus evangelhos por um bom tempo! Não me cabe mais... aliás, os líderes do meu bando jactavam-se, com os miúdos e franzinos peitos, que “iniciavam e desiniciavam”. Quem me dera a ventura de ser desiniciado!

Pois bem, passado esse fervor verborrágico e emocionado meu, tudo isso se resume na comparação entre e o glamour e o pão com ovo. Cada uma das partes não vê no outro o pão com ovo que ele é. Cada um escolhe o glamour que quer ver no outro. O Mestre vê no discípulo muito mais do que ele realmente é. Valoriza-o e destaca-o como propagador de si mesmo, para a posteridade, sem perceber, movido pela sua própria falta de sustância que o outro é apenas um reflexo dessa mesma ausência de substância. E vice-versa.

E, pelo que parece, está todo mundo nessa... dois anos de elevada admiração um pelo outro e, logo após isso, a coisa, em si, começa a se faltar.

Como o líder não pode dispensar os liderados porque a sua vida carece do delírio e da devoção deles, esse líder parte para a mais automática das saídas: o exercício do poder de disposição sobre os liderados. Eu sou o Mestre e aqui mando eu.

O liderado, por sua vez, que já percebeu a pobreza essencial desse mestre, arma-se do poder que o mestre lhe forneceu durante os dois anos e o que acontece?

Para saber, é só freqüentar qualquer uma – isso mesmo, qualquer uma das “tradições” de bruxaria... aí, qualquer um aprende a gritar - Deusa nos acuda!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sexo verbal


Há algumas pessoas comentando nas surdinas, aos pés de ouvidos e atrás de portas fechadas que eu estou indo longe demais com os meus comentários corrosivos sobre as pessoas, no meu outro blog.

(Na verdade, eu nem sei de que pessoas essas pessoas estão falando quando, no meu roteiro de cinema, as personagens são fictícias e não têm nenhuma relação com pessoas ou fatos reais!)

Em meu favor e em favor delas também – porque pode parecer que essas pessoas estão vendo gentes onde só há literatura – dizem que a arte imita a vida e a vida imita a arte.

Deve ser fato possível essa confusão entre personagens e pessoas.

Voltemos a essas pessoas que estão tecendo esses comentários a meu respeito. Pois bem, algumas delas são consideradas reconhecidamente discretas e muito confiáveis. Não emitem comentários e preferem o recato.

Uma coisa fica martelando a minha cabeça e esses martelos me fazem sempre cair em perguntas que eu nunca encontro resposta cabível.

É confiável uma pessoa que faz comentários a meu respeito sem comentá-los diretamente comigo?

Ser discreto é ter opinião e não comentá-la? É não ter opinião e deixar que o mundo corra aonde a vida leve? Ser confiável é ter uma opinião e não passá-la adiante de seus próprios raciocínios? Ou é ter opinião e passá-la adiante somente a poucos eleitos – mesmo que nunca àquele que é o alvo do comentário?

No meu tempo de rapaz solteiro, lá em Barbacena, confiável era a pessoa em que se podia confiar. E poder confiar é saber por onde passam a honestidade, a clareza e a capacidade de ser dito o que tem que ser dito, doa a quem doer.

Como dizia o Mestre Carlos Imperial, “sem liberdade para espinafrar, nenhum elogio é válido!”

Se eu não posso dizer a alguém o que eu penso de “ruim” a respeito dela, essa mesma pessoa poderá confiar no “elogio” que faço dela ou a ela?

Na minha cabeça martelada, não! Mas são tantas as marteladas que eu já fico pensando que as coisas podem não ser bem assim...

Pois bem, para isso, criei um blog onde as pessoas podem fazer quaisquer comentários a respeito de qualquer coisa, inclusive de mim e, ainda assim, essas pessoas confiáveis preferem chamar o fulaninho, achegar-se ao ouvido dele e sussurrar coisas, olhando para todos os lados para certificar-se que ninguém estará ouvindo ou vendo... será um fetiche? Deusa minha das opiniões... Mais um fetiche! A vida sexual agradece penhoradamente.

Já imagino pessoas vestidas em espartilhos e, por cima deles, beibidóis brancos, com rendinhas nas mangas e aplicações de tecido vermelho em forma de moranguinhos, cabelos enrolados em bobs, cobertos com um grande lenço, ajoelhadas na cama, uma diante da outra, cada qual com seu telefone, olhares por cima dos óculos, numa atividade sexual violenta! Línguas em atividade lúbrica, úmidas (mesmo que lúbrico seja sinônimo de úmido, ta?)... nossa! uma gozada monumental!

Outra martelada na minha cabeça: por que será que quando cito, no meu roteiro, as personagens/pessoas que são desafetas dessas pessoas, elas sentem um enorme sabor e se distraem num aberto sorriso de gozo e quando as personagens são caras as esses seres, eles fecham o senho, traçam um friso na testa, cerram os lábios, põem os bobs na cabeça, vestem os beibidóis e tudo aquilo que os Senhores já sabem e vão para as suas camas praticar o seu sexo logorréico?

No meu tempo de rapaz casado, lá em Barbacena, a gente fazia sexo oral. Agora, parece, inventaram o sexo verbal!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Othala ou Gebo?

Estávamos ele e eu em um mosteiro budista, embora não fôssemos monges. Éramos muito felizes e divertíamos com a alegria própria dos que são felizes e têm pouco compromisso com a seriedade das coisas.

Uma sala ampla, com grandes janelas que se estendiam do alto do teto até muito próximo do chão, onde podíamos passar e verificar a paisagem externa.

Eu estranhava o pátio que, pareceu-me, foi construído sobre as escarpas montanhosas do Himalaia e transformadas em planície, a custo de cimento. Era nítido o grande lajeado que fora instalado, sem muitos requintes, sobre o que antes eram abismos entre os topos e as bases das grandes montanhas.

Eu já estivera lá antes! Sei que sim... Ou não? Talvez estivera em outro, parecido... Aquele moço budista estivera junto comigo, à época! Embora fosse quase o mesmo apenas sem os precipícios, esta nova paisagem ficava desconfortável. Artificial!

Lamentei a perda da beleza natural antiga... amedontradora, perigosa, mas real e fascinante por isso mesmo.

Mas de que importa isso se a alegria de estarmos juntos em um mahalila tão divertido era tão premente?

Longe, após o aterrado artificial, o que sobrou das montanhas era circundado por uma espécie de muro que, no desenho da paisagem, como uma pintura italiana do século XIX, perdia os contornos, num sfumato estranho. Algo como se o pintor tivesse desistido de completar e borrara-os com os dedos.

No alto e por detrás dos cimos do muro sfumato passavam seres com forma humana e sem detalhes. Sombras indivisíveis. Os seres passavam com atenção aguda voltada para nós dois.

No pátio, uma construção sem paredes. Pilares ou troncos suportavam um grande teto, enfeitada com bandeirolas, fitas, luzinhas... e parece-me, havia gente cantando e dançando. À esquerda do nosso olhar.

Também esse templo era, para mim, algo entre o muito conhecido e o completo desconhecido. Eu já estivera aqui antes!

Ele me olhava, um traço interrogativo, afirmando crer que sim, que eu pudesse ter estado aqui antes, mas que isso não tinha muita importância: que mais gostoso seria aproveitar o aqui e agora. Éramos leves e sem mágoas ou tristezas.

Apenas a minha leve dúvida de ter ou não ter estado aqui...

Num instante outro, ele e eu estávamos juntos, eu abraçado por ele, reclinados em alguma coisa, quando me disse, no seu jeito de falar em elipses:

- Sim, sabemos que sim. Que gostamos de estar juntos e que podemos ter algo a mais que isso... (aqui, nas suas elipses, você subentendia que podíamos namorar e fazer sexo); mas que seja enquanto estivermos juntos (nessa outra elipse, o sentido é que enquanto estivéssemos geograficamente juntos, porque morávamos em lugares diferentes).

Continuando me abraçando, deixou claro que o compromisso poderia ser só esse e que, quando não fosse essa a situação, cada um teria a liberdade de cada qual para seguir o que mais lhe aprouvesse, da forma e com quem aprouvesse.

Lembro-me que fiquei radiante porque, aqui e agora, importava que seríamos mais felizes do que já ocorria.

Nisso, o telefone celular dele chamou. Atendeu e disse oi, Teinho! Sim, tudo bem. Desligou e, à sua maneira típica, esticou o tronco e a perna direita, para que pudesse guardar o aparelho telefônico no bolso da calça jeans azul.

Começamos a nos beijar e a nos excitar e eu, julgando-me mestre da sexualidade liberada, no propósito de propiciar a ele experiências sexuais mais novas e libertinas – havia nisso uma missão de facultar a ele olhares menos difíceis sobre as práticas na cama – saí em busca de mais parceiros para a experiência.

Estávamos, os dois, subidamente excitados e ansiávamos pelo nosso gozo de almas e corpos irmãos.

Após alguns passos meus em busca de complemento para esse gozo ansiado, viro-me e o vejo, com três outros moços naquela cama... e mais, transparecia ser o mais libertino... a foto que me ficou foi ele nu, ajoelhado beijando e lambendo a perna de um dos convivas, que deitado, tinha essa perna levantada e sustida pelos braços dele, em volteios e volúpias da sua cabeça e língua, fremindo uns prazeres absurdamente livres para quem sempre fora tão contido e de recato atroz.

Dor e indignação no meu peito! Absurda vontade de gritar o nó que me estrangulava a garganta. Dor, medo, angústia, humilhação, despejo, rejeição e completo desamparo, enquanto ele se esticava naquela enorme volúpia e não trazia a mais pequena, a mais miúda consideração para comigo. Não despejava nenhum sentimento em minha direção. Não! Não havia propósito em provocar em mim qualquer reação. Apenas o seu envolvimento consigo mesmo e seus prazeres...

Mudo fiquei. Mudo permaneci, engolindo o grito que me estrangulava a garganta. Consciência de que nada mais era possível fazer além de engolir o meu grito e com ele permanecer mudo. Contido. E a minha dor se desfazendo em líquidos e descendo da garganta por todos os vasos e artérias e preenchendo todo o meu ser com um medo cor de chumbo.

Ali, parado, chumbado naquele chão, cena seguinte, os três rapazes, vestidos a negro, um deles com camisa de mangas curtas e colarinho, cabelos negros, rosto redondo, olhos muito negros presos numa córnea um pouco amarelada, pele morena e cabelos penteados como ouriço desalinhado, olhava-me intensamente, com a cara de quem pôde, sim, ter feito o que ousara ter feito, com um misto de tentativa de me submeter a ele e um sutil laivo de prazer, pelo que a ousadia e o direito dele em mim provocaram de dor e angústia. Era o Teinho.

- Eu já te contei, disse você. Há mais de um ano sou apaixonado pelo Teinho e ele me recusa. Sou completamente apaixonado por ele!

Numa honestidade absurda e cruel... sem elipses, sem anacolutos e nenhuma hipérbole!

Nada mais fiz.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A Fé, Senhores. A fé!


Não pretendia publicar nada que não fosse de minha autoria ou por mim redigido. Mas diante do texto que exponho a seguir, resta pouco além de cometer uns grifos ou umas aspas. Em mim já grifei e aspei tudo o que me caiu dele.

Aspem, Senhores! Grifem. Façam disso uma nova religião: sem fé!

"Há já muitos anos atrás, eu tinha sabido que era necessário pôr, no mesmo saco, os católicos, os freudianos, os marxistas e os patriotas. Quero dizer: quem quer que tivesse fé, não importa em que coisa; quem quer que opine, saiba ou atue, repetindo pensamentos aprendidos ou herdados. Um homem com fé é mais perigoso que um animal com fome. A fé os obriga à ação, à injustiça, ao mal; é bom escutá-los concordando, medir, em silêncio cauteloso e cortês, a intensidade de suas lepras e dar-lhes sempre razão. E a fé pode ser posta no mais desdenhável e subjetivo. Na alternante mulher amada, num cão, num time de futebol, num número de roleta, na vocação de toda uma vida. O leproso se exalta quando discute, sua cheiros fosfóricos diante da menor ou suspeitada oposição, tenta afirmar-se - afirmar a fé - pisando cabeças ou intimidades ternas, sagradas (...) um homem contaminado por qualquer classe de fé chega velozmente a confundi-la consigo mesmo; é a vaidade, então que ataca e se defende. Com a ajuda de Deus, é melhor não os encontrar pelo caminho; com a própria ajuda, é melhor trocar de calçada"

Bravo, Juan Carlos Onetti!

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Divino e a Crueldade


Na minha compreensão do Divino e suas manifestações – uma compreensão absolutamente pessoal – a Divindade “encarna” e vive como seres na Terra (e quiçá em outras paragens) com o objetivo simples de se darem experiências sensoriais e mormente as de prazer. O conceito de mahalila dos hindus corrobora, de alguma forma, o meu modo de pensar.

Resumidamente, a Divindade se dá um corpo físico, com “aberturas” (os órgãos dos sentidos) que facilitam a percepção do fora e do dentro e essa experiência permite, a essa divindade corporificada, identificar-se e reconhecer-se no outro – mesma divindade em outra corporificarão – e mais ainda a si mesma, como Divindade. O budismo deu-me, também, grandes subsídios para essa conclusão.

Para uma maior compreensão do que venho dizendo e, se os meus leitores se interessarem, tudo isso queda mais bem explicado no meu livro “A Vida é foda. Então, foda-se! – Lilith e o prazer da transgressão. Encontrável nas boas livrarias

Então, voltando ao que quero falar, ontem, uma dessas “em-carne-ações” da Divindade me procurou para comentar sobre o parágrafo com que eu termino o texto A Mulher louca. O pleonasmo e a Carta.

Esse ser que me procurou é, seguramente, uma das mais puras e cristalinas manifestações do Divino na Terra. É um ser de completude tão provecta que não se encaixa em qualquer descrição do que seja uma vida na Terra porque, como os deuses hindus, tem apenas dezesseis anos para sempre.

É paradoxal entender isso, eu sei. Mas é honra verdadeiramente subida poder privar da convivência com ele. Não é à toa que o chamo, respeitosamente, de Muni.

É honra na medida em que se pode confirmar a Divindade nele e, posto isto, declarar o Namastê! em mim, em vocês e em todos os seres.

Ele apareceu, sensibilizado, com a crueldade com que afirmei que eu teria me utilizado da moça (a do texto) e me descartado dela quando se tornou desnecessária.

No momento, respeitando a sensibilidade dele, houve melhor que eu não falasse muito mais do que falei... e agora estou aqui para uma resposta a todos nós, a Divindade:

Sim, Muni, fui cruel. Mas eu lhe pergunto, você conhece alguma divindade que também não o seja? Se eu estiver acertado nas minhas convicções, Eu/Divindade não devo sê-lo também, na medida em que essa crueldade se faça necessária?

Não estou, aqui, esperando uma concordância sua. Estou apenas re-afirmando a minha crueldade e mais, dignificando-a!

Estou aqui para uma ratificação da minha atitude e, ao mesmo tempo, oferecer-lhe uma nova pista para que, munido (que insight magistral – munir!) de suas próprias experiências divinas-na-terra, possa concordar ou discordar de mim-divino-na-terra. Vou parecer frio. Não me comove.

O cerne da sua questão me pareceu ser o uso frio de alguém ou algo enquanto útil e, depois disso, o descarte.

Para que possamos evitar que nos descartem – pois que também somos usados e descartados muitas vezes – não caberia a nós encontrar a nossa capacidade se sermos eternamente úteis?

Namastê!

A Mulher Louca. O Pleonasmo e a Carta

Eu tenho um irmão – mulherengo dos mais aguerridos – que me fala sempre:

“Nisso (a minha família me chama de Nisso), mulher não fica doida. Mulher piora!”

Com o tempo fui vendo que essa é uma afirmação corrente entre quase todos os homens e não só dele.

Sabe-se lá, se pela eterna incapacidade dos homens em compreender as mulheres ou se pela eterna incapacidade das mulheres de se fazerem compreendidas.

Para mim, pessoalmente, a coisa é muito simples: as mulheres apenas fazem uma pequena confusão entre os properispômenos bolso e bolsa. Homem é bolso, apenas o masculino da mais profunda paixão delas, depois dos sapatos – a bolsa!

Mas está vagando por aí, pelas brasílias e seus bairros uma mulher que, se não ficou doida de vez, piorou até o ponto máximo.

Sim, já lhes digo tudo:

A mulher ainda continua afirmando que eu “escrevi carta”. Isso, assim, mesmo, “o Gê escreveu carta!” Ora, para uma compreensão básica, mínima, comum é necessário antepor um artigo feminino, definido ou indefinido ao substantivo. “... escreveu uma carta”, ou “... escreveu a carta!”. Mas não, Senhores... ela baba pelas ruas, botecos, pela cozinha malcheirosa da casa dela e em bares onde pessoas possam pagar o álcool que ela necessita diário – “... o Gê escreveu carta!”.

É preciso lembrar que a moça teve formação educacional bem rala e tem falhas tristes, digamos assim, na elaboração de frases e períodos. Concordância nominal é brutalmente ferida por ela. Mas sejamos indulgentes, a moça tem alguns encantos na fala sedutora e toda gente trata de fechar os ouvidos preparados, diante dessas escorregadelas.

Sim, a moça é bonita também, é fato. Isso ajuda. E para um sexo rápido, que necessidade faz a concordância nominal ou a verbal, não?

Mas e a carta? (viram como é necessário um artigo para definir mesmo as coisas ainda indefinidas?)

Será que a insanidade dela passa por umas necessidades de que ela mesma, a moça que não conjuga corretamente os verbos e faz dispensa dos artigos, publique ao mundo - ou a uma determinada pessoa (realmente, o artigo, essa coisinha miúda e quase imperceptível, é tão importante!) os dela segredos de alcova?

Será que a moça louca (pleonasmo?!) imagina que eu vá publicar os dela segredos de alcova? Ora, pois! Graças eternas à Deusa dos Lençóis sujos, eu só estive, por pequeno espaço de tempo, presente em uma das suas façanhas sexuais... Não! Não! Claro que não participei. Eu apenas entrei numa cozinha dos meus anfitriões e, de repente, vejo, sobre a bancada do fogão, uma mulher e um homem fazendo sexo. Ele estava em pé, atrás dela. Não arriscaria dizer que estava penetrando o ânus ou a vulva dela... e a moça falava aquelas coisas corriqueiras que se falam durante o sexo... mas tão normal isso, não?

Dei o recado que tinha que dar a ela e saí. (se cabe a informação, os dois moços não pararam de fazer o que tinham começado.)

No mais, eu apenas soube, por boca dela (hmmm, gostei desse cacófato aqui!) que houve incursões por suítes de hotéis; kitinetes de moços solteiros enquanto ainda era casada com o pai do filho dela; sexo oral movido pela possibilidade de ganhar um aparelho celular; sexo forçado com um gay em residência alheia – sem autorização do dono da casa e na ausência momentânea dele; tentativa de sexo com um aluno casado – cujo casamento com outra mulher, fora oficiado por ela... essas coisas. Mas frise-se bem: ela me contou essas coisas. Não vi. Não estive presente e não posso confirmar nada. Aliás, como me disse a holandesinha, essa moça viaja muito e mente mais ainda. Não sei. (embora, com o passar dos dias, eu venha comprovando que a menina das longas tranças douradas tinha, mesmo, razão!)

Sim, eu soube disso tudo, mas daí a pensar que eu faria ou teria algum julgamento moral sobre isso é investida pessoal dela. E lamento, Senhores, essas coisinhas do prazer escondido não me calam mais nada no espírito.

De que forma, com que conteúdo e com qual substância eu escreveria “carta”? Carta com essas coisinhas miúdas do dia-a-dia de todo mundo? Ora, façam-me o favor! Gosto de escrever, até cartas, afirmo. Mas com assuntos que possam mover o mundo do seu marasmo moral e da mesmice medíocre. Não dispenso tempo com cartas que relatariam sexos e pornografias que, no meu entender, não passam de “exercícios de lubricidade” (não é mesmo, Hilda?).

Falem-me da castidade punida de Santa Teresa D’Ávila! Falem-me dos arroubos de dúvida na fé de Madre Tereza de Calcutá; nas tentações de Santo Antão; no desesperado suicídio de Dalida e eu farei cartas! E fá-las-ei mesmo ainda que a mesóclise me cause ânsias de vômito (hehehe, Hilda, adoro você por todo e para todo o sempre!)

Mas me preocupar com uma mocinha louca (perdoe-me, Paulinha, mas não posso ficar repetindo isso de que mulher piora...) que se tortura de maneira cristã porque eu não escrevo “carta” para ela e o dela marido? Sai, freirinha, porque o meu corpo só a mim pertence!

Voltando lá em cima, onde falo do properispômeno: o meu bolso se fechou e nunca mais liberarei os meus cartões de crédito para ela ou para os seus companheiros de bar, surdina e as dela calcinhas-fio-dental esgarçadas de tanto uso, aparecendo, vulgarmente, acima do cós das saias curtas.

Lamento. Mas sou de outra terra, estrangeiro nessas paragens. Fui turista durante algum tempo. Usufruí o que a moça podia ter me dado. Mas agora a moça já não é mais útil. E o que se faz com as coisas inúteis? Descartam-se.

sábado, 13 de março de 2010

O Hábito salutar da fofoca


Todo mundo fofoca! Não há ser neste mundo que não fofoque!

Com certeza os fofoqueiros dissimulados arribarão o peito, cruzarão os braços (esse é um sinal, hein!), descerão a voz e com boca semicerrada dirão que não. Que eles não fofocam. (se você prestar bem a atenção notará que eles falam assim, nunca olhando nos olhos do interlocutor, mas sempre para o lado direito – o que transparece a burla).

Eu continuo afirmando veementemente que todo mundo fofoca. Mesmo à revelia desses falazes burlescos, eu vou morrer afirmando isso.

Bem, estou aqui, não para apontar os fofoqueiros dissimulados, mas tão somente para defender a prática da fofoca como hábito saudável de se porem as coisas em pratos limpos e desmistificar atos ou comportamentos.

Qualquer fato que mereça ser fofocado o é por transgredir uma moral ou sistema qualquer. Ora, no meu entender, a transgressão é ato necessário para a destruição de um determinado sistema e a criação de outro que o suplante ou suplemente.

Quando se transgride de maneira clara e assumida, o fato deixa de merecer mais atenção alheia e, portanto, fica desinteressante ao fofoqueiro ou à fofoca, embora cumpra de maneira eficaz a sua função. Quando não publicada, mormente a ocultada, o apontamento delas, pelos fofoqueiros, induz a uma catarse coletiva e uma conseqüente reavaliação: Hermes Trimegisto e o julgamento divino.

Se a transgressão é necessária e o transgressor é por demais recatado para anunciá-la, essa transgressão e sua utilidade, como mentora de mudanças, fica prejudicada caso não haja um meio eficiente de se publicar e se fazer acontecer na sua função útil.

Bem-vindos sejam, então, os fofoqueiros! Eles irão disseminar e propagar as sementes potenciais de mutação ambiental, social e cultural que aquela determinada ação haja cumprir.

Que se retire a pecha de ignóbeis dos fofoqueiros. Que pecha se pode apor aos abutres que comem carniça? Então, calem as suas bocas os fofoqueiros dissimulados. Sem os abutres, a carniça permanece e sem carniça os abutres se extinguem. Uma terra sem abutres será uma terra com carniça. E carniça é podridão. É o que se tem que remover.

Uma terra cevada em carniça necessita, fundamentalmente, de abutres ou ela mesma se tornará carniça.

Os fofoqueiros são os abutres que facultam o exercício de limpeza da carniça dos sistemas e da moral.

No momento que um sistema e os adotivos dele se decompõem, nada mais essencial, nada mais necessário do que os fofoqueiros que apontam, evidenciam, expõem para que a Lei se aplique em toda a sua plenitude. Thot agradece!

Para isso, Senhores, acabei de criar um blog para fazer fundamento à prática da fofoca.

Estejam à vontade. O Tribunal Divino ali espera e aguarda todas as informações que vão ser pesadas nas balanças. Ou pluma ou chumbo. Língua e dedos para que vos quero?

Olhos atentos, língua afiada e dedos ágeis.

Qualquer comentário que seja inserido no blog deve ser anônimo. Fofoca boa é aquela que não se tem notícia de onde começou e aonde vai terminar...

Quem quiser se animar... tomemos, cada um de nós, o nosso naco de carniça e comecemos a apontar!

http://promotoriapublica.blogspot.com

Que Maat, Thot, Hermes... (ai, que medo!) nos sejam compassivos... risos

domingo, 7 de março de 2010

O Veado e a Bicha... a mãe tem culpa nisso!


João Silvério Trevisan fez uma monumental – em todos os sentidos – obra a respeito da homossexualidade humana masculina – (usar o termo homossexualidade é ferir frontalmente a obra do autor de Devassos no Paraíso! mas... como falar sobre isso para os que não o leram?

Com uma seriedade pautada no “científico” – e os seres menos esclarecidos gostam de saber que alguma coisa tenha alguma cientificidade... ora, que tédio! – Trevisan tratou de forma contundente, esclarecedora, filosófica, psicológica, anímica – e eu diria espiritual também – da atração que alguns homens sentem por outros homens.

Mas, como homossexual, eu tenho tratado de me explicar – até com graduada angústia – a diversidade desta atração e como ela tem sido endemoniadamente suspensa, evitada, aviltada e recusada pelos próprios homossexuais.

É um tema que vem me tomando de forma espessa, grossa e chumbosa - como diria a minha amiga Hilda Hilst (que Marduk esteja lhe fazendo muito bem, minha amiga!) como os “gays” têm tratado de se uniformizar! É impressionante a regulação que fazem sobre toda a “comunidade” que se sente atraída pelos outros homens.

É um tal de malhar e bombar o corpo, usar camisetinhas justas de griffe (sem estilo e sem estética... apenas modal). E se isso fosse tudo, a moda sempre foi mesmo só isso, mas o mais expressivo nessa condução é que tudo se apartou de qualquer profundidade. Mesmo o sentido , digamos, filosófico e cultural da moda é assunto desprezível e desprezado! Nada tem mais substância ou conteúdo. É apenas repetir e tudo assim se consuma. O consummatum est fica estacado na simples imitação do pouco e do raso.

Nessa ida ao nada os gays optaram por essa uniformização de brilhos fugazes e nenhuma pergunta.

Deve ser a modernidade, eu penso. E por mais que eu seja “moderno” – e eu o sou! – talvez eu já esteja padecendo de definhamento intelectual e não possa mais acompanhar e conseguir compreender... sabe-se lá!

O que me fica patente é que os homossexuais contemporâneos estão pervertendo a conceituação de masculino. O masculino não necessita se perder, se conturbar ou se conspurcar quando é atraído por outro masculino – é simples: homem que gosta de homem! Algo mais é necessitado apor? Para mim, não!

Nesta incompreensão minha, nesta confusão, eu forneço explicações (uns dirão com olhinhos virados e braços em posição de bule – são rasteiras!) homossexual (para usar um termo compreensível) é simplesmente o que comentei acima. O homem que gosta de homem e se orgulha de ser homem (no sentido mais sagrado do masculino) e bicha é aquele que necessita se afastar desse paradigma. Vai desde aquele que quer ser mulher e corta o pinto, até aquele bombadão ativo que, na mais perfeita identidade com a moda, usa camisetinhas coladas com brilhos da marca Diesel e fala com voz de pato e com gestos de dançarina de danças orientais.

Em um ponto mais profundo – digamos um dedo deitado – eu ainda fico querendo saber o princípio, o ponto inicial, que demarca a separação entre o homossexual – o popular veado - e esses tipos divergentes... dissidentes, mesmo, eu ousaria dizer...

Hoje, lendo um texto escrito pelo Falabella (o moço redige muito bem, mas é parco em extensão...) eu cheguei à clara, luzidia, instantânea e elucidativa explicação que indica a separação entre o veado e a bicha e, com isso, uma forma de identificar:

Bicha é aquele que admira mamãe. Convive harmoniosamente com mamãe. Mora na casa de mamãe. Apresenta os seus parceiros à mamãe e mamãe cuida de lavar, proteger e defender a filhinha. São identificados com a imagem dela e até mesmo depois de que elas se vão para uma outra – melhor ou pior, não se sabe – elas permanecem e, após isso, depois da efeméride da passagem de mamãe, elas, na vingança mais atávica de todas as mães, ficam onipresentes. Contos de Nova York, lembram?

Homossexual não! Mamãe apenas foi o que tinha que ser. Está aí a diferença entre veado e bicha!

Fiquei contente. Mais uma explicação que se me dá!

Ciao, bichinhas!

sábado, 6 de março de 2010

Sheela Na Gig fantasiando a Sheila do Tchan!


Raven,

já perdi muito mais tempo de vida com você do que você pôde merecer ou não! Você continua querendo ser eu, você continua me admirando absolutamente fascinada, quer ser deitar sob mim, quer se entregar feito menina e se traveste, ao melhor estilo cristão, com fúrias e imprecações, ódios incontidos, mágoas com a vida, fracassos sucessivos enfileirados...

Eu não tenho absolutamente nenhuma responsabilidade com o fracasso que você é. Não me direcione as suas flechas envelhecidas e fracas. Vá reclamar com os seus deuses e não comigo!

Não perca o seu tempo comigo. Encontre coisa melhor para fazer: arraste o seu marido, com uma boa pegada, para a cama (ou sofá também... ou chão, sei lá; onde a sua castidade cristã permita que seja o mais selvagem e ignóbil possível) e dê uma boa foda! Se ele já não consegue mais, pegue o porteiro, o caseiro, o leiteiro, o guarda de trânsito... há enormes bagos e pirocas por todos os lados ansiando uma borboleta velha! Acredite em mim!

Se não, se isso já não é mais prazeroso, para você, do que gastar o seu tempo comigo, gaste-o! Mas gaste com força!

Foi por isso que chamei um dos meus livros de A Vida é Foda. Então, foda-se! (pode ser encontrado nas boas livrarias).

Faça da sua foda a melhor possível! Mas não espere que eu a foda. Não mesmo! J]á cumpri o meu quinhão de caridade.

sexta-feira, 5 de março de 2010

A Velhota entrou em convulsão!


Senhores, mais uma senhora (ou seria uma bichinha se disfarçando?) em desvarios de indignação!

A Coisa (falo coisa porque não sei se é homem, mulher ou coisa mesmo, então, faço uso dessa forma - os mais elegantes e refinados, perdoem-me por essa vulgaridade, mas eu preciso dela como sobremesa!) está brava! Indignada mesmo. Numa revolta de beata de sacristia quando não pode controlar os rumos e atitudes do padre!

Deusa minha do olhar perdido! A Coisa está espumando! Isto me lembra uma pseudo bruxa velha que se enfurnou aí pelos sertões do Brasil e que enche a boca para dizer que tem marido que a banca e que ela não precisa lavar roupa porque ele paga a lavadeira, embora um dia tenha encontrado o próprio marido usando uma de suas calcinhas! E vermelha, Senhores!

Tão comum essa coisa de marido usar a calcinha da esposa às escondidas, não? Mas parece que a Coisa não gostou muito disso e faz silêncio sepulcral sobre o fato... enquanto as outras pessoas riem e comentam à boca pequena... fazer o quê, não?

Claro, tudo no reduto das bruxas!

A pessoa sugere que eu volte às aulas... não entendi: eu nunca parei de ir à aulas! Enfim, volto a afirmar, sou incapaz de compreender algumas coisas. Entretanto essa, como diria, para não repetir Coisa? Tentemos... hmm... Personagem! Bom! É por demais respeitoso, mas...

Então, essa Personagem que sugere que eu volte às aulas, me parece, na minha alta ignorância, confunde velhaco com velhote. Se ela quis significar mesmo velhaco, hmmm, gostei disto!

Na verdade, gostei deveras! Se foi velhote, ah! que coisa tão ordinária! Prefiro mesmo o velhaco. Melhor ainda!! Bingo! Valhacouto! (perdoem-me, mais uma vez, o meu estilo rebuscado de quem pensa que escreve bem...)

Deixo, a seguir, a carta de desatinos, de falta de substância, de cabelos sendo arrancados e de muita, enorme, desavisada inveja que a velhota está vivendo.

Se tiverem saco, (nossa! como a vulgaridade se estabelece fácil!) paciência, - melhor exprimindo - e muita força de vontade e falta de coisa melhor para fazer, dêem uma passada de olhos!

Não há, absolutamente, nada especial ou diferente porque, indiscutivelmente, todas as crises histéricas são parecidas.

Ah, ia me fugindo: a personagem se identifica como Sheila Na Gig... não foi à aula que informava que a deusa cultuada pelos celtas era SHEELA Na Gig. Perdeu!


Aqui o texto da carta de uma "senhora" em desespero:


"Realmente, geniLLson. Ou seria geniLLLLson? Acho que foi alguém com boa intenção que te mandou o e-mail. Mas nem isso você respeita, não é? Eu vejo de uma forma diferente. Afinal, você parece um pivete metido a escrever bem que quer aparecer para os coleguinhas. Mas é só um velhaco babão. Patético! Ainda por cima com textos sofridos, um chorão mal amado. Imagine, um velhaco babão e mal amado cuspindo palavras de auto-ajuda. Que ajuda pode vir de um coração com cheiro podre? A primeira vez que li seu blog tive pena, mas depois percebi que o caquético além de não se recolher a sua insignificância, só porque acha que escreve bem numa linguagem arcaica e rebuscada, ainda agride pessoas. Ofende homossexuais inclusive. E de forma baixa e vulgar. Pois agora afirmo: saiba que escreve mal, é sem conteúdo, vulgar, pobre, rasteiro. Escrita agressiva não é sair por aí distribuindo ódio, mas a capacidade de expressar amor naturalmente. Portanto, volte à escola e arrume uma boa professora de redação. E aproveite e assista uma aulinha de religião séria. Você é o tipinho que precisa.

E veja: Quem é você pra falar de alguém? Adora colocar "l"no nome. Não se engane. Pegue um espelho e pense dez vezes antes de encher a boca para falar mal de alguém. Talvez não tenham dito, mas você parece muito mais velho do que realmente é. Acabado!

Enxergue-se: como pode falar de alguma bichinha? O que pode ser mais lamentável que um velhote tarado? O tempo passou mas não foi capaz de te amadurecer? Face passada, enrugada, praticamente deformada e fétido de coração. Lilith é sua natureza parasita, de quem não sabe amar e vive do ódio alheio. Não tem família que te dê amor e sai por aí, babando veneno. Cuspa o que te sobra em sua privada e proteja os mais fracos de inteligência de sua influência. Não permita que crianças tenham acesso ao veneno de suas palavras ou ensinará apenas como serem tão desgraçadas e mal amadas como você.

Velhaco maldito! Teu coração é um abutre à procura de carne podre. Pois se é carcaça o que deseja tome agora a minha e esteja saciado. É a única que te ofereço. E suma desgraçado! Engula esta podridão e mostre a todos sua verdadeira face: um parasita comedor de carne podre. Miserável! Publique em seu BLOG que queria ser teen e assuma sua verdadeira natureza. Faço questão de não fazer disso um comentário e te dar a oportunidade de assumir. O que você tem de melhor é a capacidade de servir de exemplo: do que ter nojo, do que não ser, do que se afastar. Seu destino é sofrer como um velhaco abandonado. Isolado da família, dos amigos, sem respeito ou admiração nem mesmo dos descendentes, que se envergonham de sua aparência desprezível, assim como deve ter ocorrido com seus pais. Certo? Nojento! Siga com sua corja desgraçada no rumo que definiu. Afunde em seu destino maldito, e receba o desprezo do mundo. Saiba: todos o abandonam à própria sorte porque é fraco, não sabe amar e desconhece o que é respeito. Isto é covardia.

Vai lá vovô. Perca seu tempo respondendo. Babaca!

Perca seu tempo e sua velhice assim: respondendo. E siga tendo das pessoas o que tanto deseja: pena, ódio, medo, nojo, desprezo, revolta, enfim, carne podre. Siga servindo de exemplo purulento. Siga pensando: e agora? Quem me escreveu? Quem foi a covarde? É o universo que vomita ao te ver. São tantos, não é?

Então, pense duas vezes antes de falar de bruxas! Que a Deusa Sheila nos livre de todos os patetas!