domingo, 7 de março de 2010

O Veado e a Bicha... a mãe tem culpa nisso!


João Silvério Trevisan fez uma monumental – em todos os sentidos – obra a respeito da homossexualidade humana masculina – (usar o termo homossexualidade é ferir frontalmente a obra do autor de Devassos no Paraíso! mas... como falar sobre isso para os que não o leram?

Com uma seriedade pautada no “científico” – e os seres menos esclarecidos gostam de saber que alguma coisa tenha alguma cientificidade... ora, que tédio! – Trevisan tratou de forma contundente, esclarecedora, filosófica, psicológica, anímica – e eu diria espiritual também – da atração que alguns homens sentem por outros homens.

Mas, como homossexual, eu tenho tratado de me explicar – até com graduada angústia – a diversidade desta atração e como ela tem sido endemoniadamente suspensa, evitada, aviltada e recusada pelos próprios homossexuais.

É um tema que vem me tomando de forma espessa, grossa e chumbosa - como diria a minha amiga Hilda Hilst (que Marduk esteja lhe fazendo muito bem, minha amiga!) como os “gays” têm tratado de se uniformizar! É impressionante a regulação que fazem sobre toda a “comunidade” que se sente atraída pelos outros homens.

É um tal de malhar e bombar o corpo, usar camisetinhas justas de griffe (sem estilo e sem estética... apenas modal). E se isso fosse tudo, a moda sempre foi mesmo só isso, mas o mais expressivo nessa condução é que tudo se apartou de qualquer profundidade. Mesmo o sentido , digamos, filosófico e cultural da moda é assunto desprezível e desprezado! Nada tem mais substância ou conteúdo. É apenas repetir e tudo assim se consuma. O consummatum est fica estacado na simples imitação do pouco e do raso.

Nessa ida ao nada os gays optaram por essa uniformização de brilhos fugazes e nenhuma pergunta.

Deve ser a modernidade, eu penso. E por mais que eu seja “moderno” – e eu o sou! – talvez eu já esteja padecendo de definhamento intelectual e não possa mais acompanhar e conseguir compreender... sabe-se lá!

O que me fica patente é que os homossexuais contemporâneos estão pervertendo a conceituação de masculino. O masculino não necessita se perder, se conturbar ou se conspurcar quando é atraído por outro masculino – é simples: homem que gosta de homem! Algo mais é necessitado apor? Para mim, não!

Nesta incompreensão minha, nesta confusão, eu forneço explicações (uns dirão com olhinhos virados e braços em posição de bule – são rasteiras!) homossexual (para usar um termo compreensível) é simplesmente o que comentei acima. O homem que gosta de homem e se orgulha de ser homem (no sentido mais sagrado do masculino) e bicha é aquele que necessita se afastar desse paradigma. Vai desde aquele que quer ser mulher e corta o pinto, até aquele bombadão ativo que, na mais perfeita identidade com a moda, usa camisetinhas coladas com brilhos da marca Diesel e fala com voz de pato e com gestos de dançarina de danças orientais.

Em um ponto mais profundo – digamos um dedo deitado – eu ainda fico querendo saber o princípio, o ponto inicial, que demarca a separação entre o homossexual – o popular veado - e esses tipos divergentes... dissidentes, mesmo, eu ousaria dizer...

Hoje, lendo um texto escrito pelo Falabella (o moço redige muito bem, mas é parco em extensão...) eu cheguei à clara, luzidia, instantânea e elucidativa explicação que indica a separação entre o veado e a bicha e, com isso, uma forma de identificar:

Bicha é aquele que admira mamãe. Convive harmoniosamente com mamãe. Mora na casa de mamãe. Apresenta os seus parceiros à mamãe e mamãe cuida de lavar, proteger e defender a filhinha. São identificados com a imagem dela e até mesmo depois de que elas se vão para uma outra – melhor ou pior, não se sabe – elas permanecem e, após isso, depois da efeméride da passagem de mamãe, elas, na vingança mais atávica de todas as mães, ficam onipresentes. Contos de Nova York, lembram?

Homossexual não! Mamãe apenas foi o que tinha que ser. Está aí a diferença entre veado e bicha!

Fiquei contente. Mais uma explicação que se me dá!

Ciao, bichinhas!

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