quarta-feira, 31 de março de 2010

A estupidez religiosa


"
  • Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses (isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores). Este sofrimento vem do orgulho.
  • Ma fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânsc. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.
  • Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.
  • Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles, etc; e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.
  • Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânsc. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.
  • Hum fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou do ódio."

18 vezes a repetição da palavra sofrimento.
6 vezes a repetição da frase "fecha a porta"
6 períodos carregados com a negatividade dos vocábulos e expressões queda, reinos inferiores, briga constante, inveja, doença, velhice, morte, estupidez, ignorância, fome, sede, inferno, raiva, ódio...
Nenhuma vez o vocábulo Vida. Nenhuma vez o vocábulo Alegria. Nenhuma vez o vocábulo Adequação. Nenhuma vez o vocábulo Pertinência... nenhuma vez o vocábulo PRAZER!

E esse mantra é entoado em devoção ao Dalai Lama!!

Isto me remete à minha mãe, no meu tempo de menino mijão, lá em Barbacena, que, muito atarefada sempre, para que nós, os filhos, não saíssemos de perto da guarda da sua visão, dizia-nos: Menino! não vai lá fora porque o bicho te pega e te come...
E nós, com um medo absurdo do "bicho que pega e come", mantínhamo-nos junto dela, com uma infinita impressão que, sob a sua proteção e sem nos afastarmos da sua guarda, jamais o bicho nos pegaria... mesmo que ali, ao lado dela, a coisa fosse enfadonha e entediante... sem nenhum prazer.
O prazer era pouco, mas a crença na proteção, de alguma forma tornava a coisa confortável.
E entoávamos mantras de devoção a ela.

Valha-me, Lilith! como a esperteza de uns poucos controla quase todo um mundo e ainda recebem dele, cânticos de devoção!



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