Por que, eu lhe pergunto com ênfase, você insiste reiteradamente, repetidamente e regularmente dar-me provas da grande lição que já aprendi. outrora, com você - que toda ortodoxia é hipócrita?
Eu já não vejo mais a sua ortodoxia como fator de engano: a sua hipocrisia já é por demais conhecida minha. Já sei esta lição de cor e salteado.
E por que, então, a cada estação, você acenar com a sua falácia e depois, emitir o mesmo golpe, se nem mesmo roupagem diferente lhe acrescenta?
Fico, como sempre, me fazendo perguntas e respostas cada vez mais aranhas tecedeiras que traçam viscos na minha alma com suas nervuras finas e suas teias... assombro de saber tanto, de tanto apalpar a solidez da sua veladura mentirosa e ver-me, a cada volta de cada esquina, de novo à sua frente que insiste, algoz, em me fazer lembrar a lição.
Tenho errado no exercício da lição? – sim, porque muito diferente de você e seus comparsas e seus discípulos e toda sorte de hipócritas onde você se aninha e, simultâneo os aninha, as lições me servem para um exercício diário da prática do que o bojo da lição me apresenta. (Para você e toda a sua comitiva, basta repetir o enunciado dela... e pronto! Já basta para impressionar os medíocres e miseráveis seres que se alojam nas tão pretensiosas comunidades, tradições, confrarias e toda sorte de mesmice... o quanta species sed cerebrum non habet!
Tento uma pausa nesse burburinho onde se agita o meu espírito libertário. Esforço-me. Insisto!
Preciso encontrar uma razão para a insistência pleonástica desse mestre em se apresentar repetindo a mesma lição, de vez em vez regulares, ou dar fim, de vez única, a esse vazio anímico que é esse mesmo mestre.
...
Sim! Sim, Mestre! encontrei... Abençoado seja pelas armas infalíveis de Kali – aquela que tanto é entoada e, simultâneo, tão desautorizada! Abençoado seja pelas flechas certeiras de Arjuna!
Rendo-me agora, alma quebrantada, quando entendo que a repetição enfadonha da mesma e única lição serve a um objetivo imenso e plano: eu passar a nunca mais, eternamente, me permitir acreditar em nenhuma mais textura, cor, brilho falso, ou a permanência indelével da sua máscara!
Namastê ao seu demônio, aquele o mantém tão amedrontrado!
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