terça-feira, 10 de novembro de 2009

Hoje eu quero falar sobre preconceito. Aquela coisa que todo mundo fala que é contra, ou que sofre, ou que não tem.
Preconceito contra as minorias. Essa coisa que todos os politicamente corretos discursam contra.
Preconceito contra as mulheres, contra os negros, contra os homossexuais, contra os pirulitos da venda do Sr Tufy – o turco, contra o raio que o parta, contra o cabelo enrolado dos negros, contra a mãe Joana, contra a puta que pare, “contgua a guerra, contgua a paz mundial”. Contra!
Eu nunca entendi muito bem essa coisa. Eu não sei ser politicamente correto e, sempre que fui apontado como preconceituoso, eu me defendi dizendo “não é preconceito. É conceito!”
Alguém já parou para pensar, se não filosoficamente, ao menos semanticamente nessas coisas todas?
Como falar em preconceito contra a mulher se o termo “mulher” já é, em si, um conceito, pré ou posteriormente concebido?
O que seria essa coisa “mulher”? Indivíduo do gênero feminino? Simples assim?
Essa coisa que se move feito homem, que se manifesta como homem, mas que em vez de um falo, carrega uma vulva? Isso é a mulher?
E aqueles seres vulvados que sentem, que falam, que riem, que trabalham, que se defendem, se acusam e tanta sorte de diferenças? Isso tudo fica apertado, feito sardinha na lata, no conceito “mulher”?
Vulva com alma. Vulva profissional. Vulva mãe. Vulva religiosa. Vulva piedosa. Vulva solidária... esta magnitude infinita de possibilidades de ação, permanência ou falta é simplesmente “mulher”?
O que seria homossexual? O indivíduo sexual com indivíduo sexual parecido? O que seria sexual? Coito? Simples assim?
Alguém aí já leu João Silvério Trevisan?
...
(esse silêncio me aterroriza!)
Fica patente que muito poucos desses ativistas contra o preconceito saibam pelo menos quem é esse com nome de possível primo ou parente do Dalton Trevisan ...
ei!!!! Alguém aí sabe de quem estou falando agora? O Vampiro de Curitiba, lembram?
...
(já estou chegando ao pânico!)
Como não ser preconceituoso contra os homossexuais se o termo “homossexual” é um preconceito?
Ele traz embutido um conceito formalizado, firmado e adotado para selecionar determinada categoria de seres que fazem sexo com seres do mesmo gênero?
E o olhar que um ser desses põe sobre outro ser do mesmo gênero? E o amor que um sente pelo outro? O carinho, a esperança, a fé, a crença? Isso tudo é o quê? Sexo? Intercurso ânus/pênis?
Ora! Convenhamos. O preconceito engloba tudo na vadiagem do simples, do rasteiro. Do raso! e, depois disso levanta um preconceito que se intitula não-preconceito – uma bandeira – defendendo as bichas (!!!).
Me fascina essa coisa absurda de se falar e se defender aquilo que não se sabe nada a respeito. Sabe-se apenas o preconceito. Fascina porque me assusta.
Preconceito contra os negros. Nossa! Agora a coisa aperta. Dá até cadeia.
(eu, particularmente, que sempre usei o termo negro para os oriundos da raça negra, agora prefiro chamá-los de brancos. Eu falo assim, olhe, Ei, ô branco! Dá para tirar o seu carro do meio da pista para eu poder ultrapassar? É seguro, acreditem, não dá cadeia!)
Mas o conceito de negro, dentro de mim, no meu cérebro, na minha maneira de cognoscer os indivíduos da raça negra permaneceu absolutamente imutável. Preconceito? Conceito? Posconceito?
Mas em que interessa saber isso, não é verdade? Só vai dar mais trabalho de pensar e pensar é uma coisa tão inútil, não?
Não se pode falar do enrolado (encaracolado?) cabelo dos negros. É preconceito!
Preconceito de quê, puta que pariu? Cabelos nos seres da raça negra são enrolados e muito! Isso já está muito além de ser um conceito. É fato sabido.
E os brancos, com seus cabelos lisos e de outras densidades e espessuras, não comentam os cabelos enrolados e mais espessos dos negros porque a “correção política” informa que isso é um preconceito e não se pode ser preconceituoso, mas abrem salões de beleza onde oferecem serviços de alisamento, relaxamento e tudo o mais para que os cabelos “ruins” dos negros, passem a ter uma aparência suportável aos olhos deles. E os negros, que não gostam que falem da “ruindade” dos seus cabelos vão lá e alisam os seus cabelos. Tudo para ficarem parecidos com a beleza da cabeleira macia e sedosa dos brancos. Ninguém fala nada e fica tudo bem.
Perdoem-me, mas sou incapaz mesmo de compreender isso. (tem um tempo que estou começando a entender que sou mesmo incapaz de compreender muitas coisas.)
Eu mesmo tenho um amigo que nasceu no nordeste. Logo, nordestino.
(estou errado? Falei o que não devia?!)
Ele odeia ter nascido lá alegando que “aquilo é uma bosta”. Para esconder esse passado, hoje ele mora na Holanda. Pensa que virou holandês. E o preconceituoso sou eu!
Filho de pais nordestinos. Odeia o fato porque “os nordestinos são preconceituosos”... E EU É QUE SOU O PRECONCEITUOSO
Ele está inserido naquela categoria de seres que gostam de estar com seres do mesmo gênero. Sei lá, aquilo de ser homoerótico, homopassional, homoafetivo, homossexual que os politicamente corretos preferem pôr na etiqueta de HOMOSSEXUAIS.
Quando nasceu, os pais escolheram um nome francês para o garoto. E, claro, com grafia errada porque, não sei por quê, as pessoas menos cultas gostam de pôr ipsilones e dáblius e kAs em doses excessivas. O garoto tem uma porrada de enes e ipsilones... dobrados, para ficar com nome mais francês ainda (eu acho que é assim que eles pensam: quanto mais letras dobradas e y e w, mais estrangeira fica a criatura – porque ninguém merece ser nordestino brasileiro, né?)
Olhem! Cuidado! não sou eu quem pensa assim! São eles.
O menino nasceu com cabelos grossos, nada lisos e, lógico, cresceu com eles assim. Para não ser um francês com cabelos enrolados, o menino os alisava com pastas baratas, sozinho, escondido no banheiro da casa – porque se os pais soubessem, vão ficar emputecidos por que “isso é coisa de boiola” ... e, para melhorar, ainda pintava de ruivo.
Hoje, o menino que virou holandês raspou todos os cabelos da cabeça e se vangloria. Conseguiu mesmo, definitivamente virar “gente”!
Gente... tou cansado. Um nome francês, uma cabeça raspada, uma cidade européia conseguem fazer um brasileiro, nordestino, jurar que nunca teve essa origem. Ele nunca foi brasileiro! Jamais foi nordestino e em tempo algum ele nasceu, ou teve, ou esticou os seus cabelos!!
E vocês vêm me falar de preconceito!!!
Vocês todos são um saco!

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