sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Moral Imoral

Faz o que eu falo e, se descobrires o que eu faço, não fales nada. Nem a mim, nem a outros e muito menos a ti!
Isto é a moral, senhores! Isto é a moral... e aquele que se levantar contra isso, que se alevante de verdade, venha até a mim e desfira em meu rosto o primeiro tapa.
Que se me venham os ortodoxos todos, os de plantão e os mais aguerridos. Venham a mim com suas verdades pontudas, com dedos em riste. E eu lhes direi com voz bem clara que toda ortodoxia é hipócrita! Todas, senhores. Nenhuma se salva.
Uns me apontam seus dedos nodosos e me dizem: Imoral! Pervertido! Você prega a promiscuidade... seja apedrejado. (Não é TIC?).
Sou, Senhores. Absolutamente imoral. Sou mais ainda, pervertido à ultima prova. E me ufano disso com peito cheio porque a moral deles eu repugno. Não a pratico com toda convicção. Cuspo nela a minha saliva imoral. Toda a minha perversão e a minha impudência.
Não pratico essa moral imoral. Tudo o que eu pratico, eu o faço declaradamente e não o escondo de ser algum. Sou de vidro e meus cenários também o são. Transparência. Rutilância. E isto dói em muitas gentes. Dói porque se permitiram ser de louça, de chumbo, de barro, de baratezas, de modicidades. Seus cenários são sombrios, com biombos improvisados cheirando a sangue antigo dos avós, velhos tapumes enegrecidos, sombras, buracos nas paredes derrelidas - e derrelidas porque não presumem manter delas a posse, pela podridão amontoada em cada rodapé, em cada soleira escura, em cada janela fechada a tranca e prego...
Falta luz, luminosidade, falta ar em cada cômodo do espírito dessa gente. E essa gente vive dentro dos seus barros, nesses esconsos apontando os seus dedos como fantasmas errantes, amarrados em correntes.
De que vale, Senhores dos dedos pontudos, apontar a sua ignomínia, como metralhadoras giratórias a esmo?
Que sejam então gritados 3 hurras à imoralidade, à perversão! A moralidade está medida pelas suas janelas sujas e não em si mesma. A moralidade em nada difere da imoralidade ou da amoralidade. Tudo é uma só coisa. Os seus olhos enfumaçados pelos seus próprios terrores é que não podem ver essa coisa e definem que a parcimoniosa visão que tiveram vá definir que o que vêem é o que é!
Tontos Senhores da Moral... é deveras piegas ser motivo de riso de toda gente!
Bufões da Corte!
No Palácio da Moral, eu sento à esquerda dela, no trono amoral. Festejamos sempre todos os bailes da corte e - precisamos ser honestos - vocês, os bufões sempre nos divertem. Ao fim de cada noite de prazer, de vivência com amigos, com amantes, com prazeres, com a corte cansada de ser feliz, olhamos os bufões que continuam, monotonamente repetindo os seus autos e suas farsas e os honramos com nossos aplausos, nos perguntando, quando nasce o sol, como podem estes seres repetir a mesma fala, sob a mesma entonação e a mesma coreografia enquanto reis passam, reis nascem e os bufões nunca são diferentes e representam a mesma cena eternamente?
Logo depois, dá um sono, uma preguiça... vamos dormir o sono do prazer e nos preparar para mais uma noite de prazeres e cantos e danças, vendo os bufões repetir a mesma cena...
(Galera, eu escrevi esse texto para o TIC, mas na leitura final percebi que está deveras empoado e o repertório vocabular dele é tão reduzido que ele não vai entender nada... mas estou com sono e com preguiça. Não me interessa mais me ocupar com esse bufão!)
Bom dia

4 comentários:

  1. Como é feia a capa de moralidade vestindo a dor de não poder ser o que se deseja, não é?

    Seria tão mais fácil ser do que ocupar o próprio tempo, a própria vida, vendo pela janela a alegria de quem é livre e faz da liberdade o que deseja.

    Enquanto a moralidade discursa a natureza da liberdade do outro, a Vida (Eva? rsrs) percorre a liberdade em si mesma sem moral nenhuma.

    Te pergunto, seu desavergonhado...rsrsrrs... Pq todo mundo que prega a liberdade, mas não a vive, cria leis morais para ela?

    amo

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  2. É. Realmente a moral imoral é declarada e aberta e, ao mesmo tempo, velada pois, mesmo "despertos" – como rogam ser – não conseguem enxergar as contradições e falsas afirmações, mesmo que jogadas diante de suas faces.

    Dizem reconhecer a liberbade, mas onde a reconhecem se a condenam quando o outro a exerce???

    Ah, pena. Mas me regozijo em transceder a vista torpe e obscura, levantar minha cabeça e desfazer os véus impostos por palavras rebuscadas, falsa conduta, enxergando e identificando as armações e nuances do descaramento moral imoral.

    Como você, sou imoral (moral?), e o que mais os deixam "putos" (ops, manifestei minha imoralidade) é que por mais que condenem e apontem o dedo em minha imoralidade, sou LIVRE das amarras morais da moral imoral deles...

    Quem prega a liberdade, deveria no mínimo, ter o bom senso e a capacidade de as reconhecer e respeitar nos outros...

    Abs

    Sombrio Tarado e Imoral...

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  3. Gostei do final... "Não me interessa mais me ocupar com esse bufão!"

    Meu caro e amado amigo... você sabe o que sou e quem sou, e em processo de descoberta profunda, e nisso te digo, viva sua vida de forma plena, preocupando-se apenas consigo. Seja muito feliz, pois você merece a maior felicidade de todas. A imoralidade, assim como a moralidade, não são defeitos ou virtudes, apenas pontos de vista distorcidos de uma mesma verdade, a de que todos somos iguais.

    Nos vemos na próxima sessão!!

    Marcos

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  4. Sou contra a castração... do pênis, dos valores, da felicidade.

    Sou a favor da plenitude... de idéias, de amor, de vida.

    Liberdade, mesmo que tardia???
    Não!! Liberdade, sempre.

    beijocas!

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