quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A bonita e triste história das bichinhas enganadas, das martas suplicys, da homofobia e da enquete

“O Senado criou uma enquete para testar a opinião pública sobre o PLC 122/2006 (que criminaliza a homofobia). A enquete ficará no ar durante todo o mês de novembro.“
Você acorda pela manhã com uma mensagem dessa na sua caixa de correio eletrônico.
Em uma fração de segundo, sendo você homossexual, passam na sua cabeça milhares de imagens: a imagem da consciência e defesa da diversidade; bichinhas “montadas” dando gritinhos e fazendo passeatas com muita “liberdade sexo/social”; homens de gravata e ternos, com suas caras de personagens dos gibis do Pato Donald (lembram que todas as personagens engravatadas do Pato Donald tinham cara de cachorro buldog ou de porcos?). E, depois dessa visão simplista e rápida, vêm outras... a não diversidade. Bichinhas montadas sendo espancadas nas suas passeatas pelos pitbuls da heterossexualidade e as personagens do Pato Donald, com caras de buldogs, falando nos microfones do Senado, com seus olhos viciados – um nas próximas eleições e o outro nos cofres públicos de fácil acesso. Uma mão no bolso e a outra já dentro dos cofres públicos. Pronto. (Pra mim, a mais emblemática delas é uma senhora de tailleur rosa reunindo bichinhas deslumbradas e dizendo pra elas, com voz de professora de segundo grau – cheia de amor pra dar – Relaxem e gozem, meninas! Isso mesmo, Senhores, Marta Suplicy! Aquela que era nada, jogou purpurina para a platéia formada por tantas bichinhas, elegeu-se alguma coisa, exigiu apartamento em Brasília (e olha que são apartamentos!!!) – mesmo que o marido de plantão, à época, já tivesse um fornecido pelo Senado (argh!), comprou mais e muitos tailleurs rosa, largou aquele marido “pela aí”, arranjou outros (como existem maridos à disposição de senhoras com tailleur rosa que têm um olho viciado em todas as eleições – essa moça ficou mesmo viciadona em eleições -, outro nos cofres públicos ... blá, blá e, desde então, as bichinhas desavisadas estão lá, sentadinhas à espera da lei que permite que elas também arrumem marido! (No Campo de Concentração de Bichinhas Gayas (como fala um amigo meu) microfones repetem “Relaxem e Gozem”, muitas vezes, muitas vezes. As gayas esperam e a moça goza – agora sem tailleur: está andando pela aí com os peitos semi cobertos por bustier, juntos aos joelhos – não, senhores, não diminuiu a distância entre o peitoral e os joelhos, é que os da moça estão alongados. Caidassos mesmo.
A moça do tailleur goza sem parar, desde então e as bichinhas, muito relaxadinhas, esperam e votam e elegem as moças que prometem maridos para as bichinhas casadoiras. Enfim, é assim mesmo que se forma, se elege, se mantém e se multiplicam os políticos. Ratos se reproduzem demais.
Passadas essas imagens de um tédio joseregiano, você acessa a página do Senado (nojo é o que você sente nos dedos que usam o mouse para chegar àquilo, aquele lodo preguenhento) e no meio de uma página cheia de imagens autolouvatórias de “vejam como são grandiosas as ações desses homens destemidos!”, num cantinho obscuro (à direita) tem uma coisinha pequenininha , de 4 x 6 cm, com paica diminuta no fonte: a tal da enquete, onde o opinador pode optar por um sim ou por um não. Só. Nem seu nome, RG, cor dos olhos, convicções, raça, nada! Nada disso precisa.
Você clica no sim e um resultado temporário aparece. (hoje estava em 49% a favor e 51% contra!)
Antes de você registrar o seu sim ou o seu não, um aviso mais diminuto ainda:

Atenção - Os resultados da enquete representam a opinião das pessoas que votaram, não sendo possível extrapolá-los para toda a população brasileira.

Esses ratos têm ficado cada vez mais espertos!
Se a enquete não pode ser extrapolada para toda a população, alguma coisa está errada na enquete, não?
Ou essa não extrapolação intencional serve exatamente aos olhos viciados e as mãos furtivas desses senhores, que poderão, eventualmente, alegar nos seus microfones que a coisa não era bem assim?
(Chamar a esses personagens de gibi de filhos de puta, seria um preconceito contra as putas – apenas trabalhadoras na dita profissão – e não resolveria nada.
Opa!!! Ocorreu-me agora substituir o mais conhecido xingamento – filho da puta, por filho de senador (ou deputado, ou político) Imagino a cena: “mas tu é mesmo filho de senador, heim?”.
Sim, tentemos esquecer essa maldição dos deuses, que são os políticos, e vamos ao que interessa.
Criminalizar a homofobia resolve?
A corrupção, o roubo, a bandalheira, o ultraje, a desvergonha, o mensalão, a vadiagem, tudo isso já é criminalizado.
Resolveu alguma coisa?

2 comentários:

  1. Sr. Genílvisson!! O Sr. é um FILHO DE UM JUIZ!! esse também é bom, pq não basta jogar pedras na sujeira do nosso Legislativo, se o Judiciário e seus egos deusificados são tão ruins quanto... ô merda de país, aliás, ô merda de humanidade!! Ou será que temos exatamente aquilo que merecemos?

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  2. Kakakaka, adorei o Filho de um Juiz! E sendo assim, tão filho de juiz como eu sou, tou adorando a humanidade. Eu adoro ver a desgraça alheia!
    E como disse um amigo meu, sábio, "bichinha não quer enquete. Bichinha quer boquete!
    kakakakakakakaka

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