domingo, 17 de janeiro de 2010

A Putaria, a Bicharia e a Bruxaria


Agora vamos falar sério sobre bicharia, bruxaria e putaria.

Alguém tem que falar sobre essas coisas e, como o serviço sujo fica sempre por minha conta, eis-me aqui para fazer mais este.

O que está se praticando por aí e por aqui é uma coisa inominável. A bruxaria serviu para oficializar a putaria.

O que é putaria, então? É tudo aquilo que sai dos trilhos da moral e da boa conduta? É tudo aquilo que os outros fazem e que eu não faço?

Não, senhores! Putaria é putaria. É dar-se e dar a liberdade total de se praticar o que se quer praticar, dentro ou fora das famosas quatro paredes. É permitir-se e permitir que se avance sobre todos os limites sociais ou culturais no que se refere à sexualidade e sua prática. Putaria é putaria e pronto. Ponto final. Sem convenções, explicações ou definições.

E convenhamos, preconceito sobre isso é o que nos denuncia como putos incapazes de o sermos. Qualquer denúncia sobre isso demonstra, claramente, que o denunciante é puto e não se permite expor, a não ser nos esconsos, nos escuros, nos motéis e debaixo dos panos.

Então, Senhores, não se denunciem apontando os seus dedos porque eles também estão sujos das porras e das salivas dos motéis, das sacristias e dos parques das cidades.

Putaria é putaria e que seja bem vinda desde que seja aceita como parte integrante da nossa verve.

E a bruxaria? O que é a bruxaria?

Ah, essa agora, então, é tudo o que não se explica. E não se explica porque não se sabe o que é bruxaria e pior, não interessa saber o que é porque não interessa a bruxaria a ninguém.

Na minha prática, bruxaria é uma coisa minha, única e intransferível. (Essa estorinha de iniciação é coisa pra veado bobo acreditar e mulher feia alcançar poder). Não afirmo que a minha verdade é a única, óbvio, mas perdoem-me, Senhores, eu me pauto pelas minhas verdades que, se o são agora, o são pela minha observação e prática e não pelas que tentam me ensinar ou me ditar.

A bruxaria se tornou o pano que encoberta toda putaria que necessita esconderijo. E o paganismo (ou neopaganismo como preferem as bichas cults) tornou-se o guarda chuva que tudo engloba.

Em nome da Deusa (e eu morro me perguntando que Deusa!) se propala que todo prazer pertence a Ela.

O prazer da traição e do ciúme pertenceria a Hera, então? O prazer da castidade pertenceria a Zeus? O prazer da abstenção a Hermes? O prazer de matar ao assassino? O prazer de violentar ao pedófilo?

Ah, falem sério!

O prazer de dominar, ditar, extorquir, exaurir, determinar, ofender, recusar, diminuir, magoar e explorar; esse sim, parece que pertence à “Deusa” porque pertence aos bruxos e sacerdotes da bruxaria.

E esse prazer vem sempre pela exigência da dominação e exploração sexual.

E se levante quem for capaz de atirar a primeira pedra em mim!

Que se pratique qualquer putaria, Senhores. Sou a favor dela e dela me alimento sempre que meu eu mais completo me pede ou exige de mim, mas não me venham com pias palavras de religiosidade e culto. Bastardas palavras de covardes e mentirosos.

Bruxaria é bruxaria e putaria é putaria. Uma não exclui a outra, mas aquela não pode ser disfarce pra essa.

E para piorar um pouco a coisa de coisa acobertada e que se pretende revolucionária vem a bicharia.

Já disse outras vezes que não tenho preconceito. Tenho conceitos.

E o meu conceito sobre bicharia já vem sido mostrado com o mais deboche que eu possa, em outros textos anteriores.

Mas é preciso que eu termine o serviço sujo da exposição dessa farsa da bruxaria e da bicharia na putaria.

Todos os tipos de bichas se aninham na chamada “bruxaria”. Bichas tresloucadas por poder; bichas que copiam vergonhosamente excertos de dois ou três livros estrangeiros inéditos em português e publicam um como de sua autoria (e todo mundo sabe de quem eu estou falando, não?); bichas que não suportam o seu medo de cair de boca em outras e se fingem machos ortodoxos (é o que eu chamo de hétero assumido); bichas que inventam iniciações nórdicas para seduzir garotinhos deslumbrados (e aqui também todos sabem de quem estou falando.), bichas hétero assumidas que praticam pedofilia virtual (quase todos sabem de quem estou falando). Enfim, uma infinidade de ortodoxias absolutamente heterodoxas – o paradoxo da inutilidade na observância de uma prática.

Sejam putos e não se envergonhem disso e mais, se preferirem, orgulhem-se mesmo que a moral os condene. Não tenham medo porque não se usa mais apedrejar no ocidente.

Sejam bichas. Existe uma infinidade de paradas gays onde todos podem se exibir com todo o talento para a arte de ser bicha. Coisa oficial, já. Ninguém vai bater em ninguém. Acontece as rencas de crentes brandindo Bíblias, mas até isso já virou folclore. Não se envergonhem de ser as bichinhas que desejam ser.

E toda bicha é puta. Dois adjetivos perfeitos. Somados, dão um substantivo bastante comum.

Mas não me venham misturar as coisas. Deixem a bruxaria fora dessa.

..

3 comentários:

  1. É eu acho que não é nada bom misturar as coisas. Putos e bichos se confundem. mas isso não faz mal, torna-se algo mal, quando confundem aos outros também.
    Bruxaria é muito mais que poder sexual, poder de liberdade, poder de qualquer coisa....

    ResponderExcluir
  2. "Porém meu ódio é o melhor de mim.
    Com ele me salvo
    e dou a poucos uma esperança mínima."
    Tá lá, pra você. Cada dia mais.
    http://yoquesebarcelona.wordpress.com/2009/11/03/ao-mestre-com-carinho/
    Beijo. Tiailóviul.

    ResponderExcluir
  3. Concordo plenamente com voce, tudo é uma desculpa para se agir de maneira vil, ofensiva e irresponsável.
    Ser livre é poder e saber dizer não quando necessario.
    Estive nesse meio sendo olhada como um ser menor por não ter a tal iniciação mas nenhum deles ou todos juntos sabem oque é realmente ser poderoso ou poderosa.. que é tão simples no final..é só estar no comando do seu barco..com a mão firme no leme e eu sei ! kkkkkkkkkk

    ResponderExcluir