sábado, 3 de julho de 2010

Enfim! Notícias da Holandesinha!


Depois da vitória da Holanda sobre o Brasil, de repente, a Holandesinha, do nada, manda, enfim, notícias!

Diz que está felicíssima. Eufórica - até mandou um cartãozinho postal com a fotinha dela. Loiríssima e com quase longas tranças – com a vitória holandesa sobre o a seleção brasileira. Patriota e nacionalista ela, assim como deveria ser aqui também, com todas as brasileirinhas.

- O quê? Nordestina? Jamais! Ela nunca foi nordestina. Ela jura de pés e mãozinhas juntas. Se o foi, ela não se lembra.

Pai deputado e mãe religiosa? O que é isso, Senhores? Jamais (em francês, tá? Por favor!). Jamais... jamais e jamais. E agora mudemos de assunto. Vamos às notícias dela porque são animadoras.

Diz que se casou com um holandês velho e rico e que, coitadinho, está nas últimas. A esta hora pode ser que o velho já tenha batido as tamancas e a pobre holandesinha esteja toda vestidinha de preto – porque assim devem proceder todas as viúvas – chorando duas lagriminhas e enxugando-as com o lencinho preto de renda holandesa.

Diz também que está muito feliz, ops, muito infeliz com a morte do velho porque antes disso tudo, quando o velho era só velho e não moribundo ainda, a menina fez olhos de encanto e o levou, pela mão (e bengala, claro) ao cartório mais próximo e pediu a ele que passasse a ela todos os seus bens. (Parece que tem até um moinho no inventário do velho, sei lá, não entendi bem). E o velho passou. Tudinho! De uma hora para outra a menina se viu rica. Mas como diria Juca Chaves, ser rica e feia é uma merda. Tratou, rapidinho de dar uma ajeitadinha... e não é que deu, mesmo, um jeitinho?

Garante também que a passagem que prometeu mandar para a sua madrinha brasileira, assim que puder, ela vai cumprir a promessa.

Para os que ainda não sabem, ela prometeu uma passagem para a madrinha dela, no começo desse ano, para ir ao seu casamento. Prometeu passagem, mundos e fundos.

Imagine a alegria da madrinha, coitada, uma pessoa que o mais longe que já viajou, na vida, foi para Altinópolis. Imaginou-se e se viu uma Lady Lucia. Até comprou uma bicicleta porque os amigos dela disseram que lá, na Holanda, as pessoas andam muito de bicicleta. A pobre mulher comprou logo uma. Pensou levar consigo na bagagem.

Mas com tudo isso de casamento, lua de mel, bengalas, fraldões geriátricos e um olho no futuro, conveniente era não gastar uma passagem agora e a madrinha não recebeu a passagem, não foi para o casamento e não levou a sua bicicleta. Está aqui, ainda e parece-me, me disse a Holandesinha, que a madrinha, apesar de se importar muito, anda usando a bicicleta para ir ao trabalho numa coisa aqui, que não entendi bem, se era uma revista ou um periódico que versa sobre moda ou pornografia. Vou perguntar depois e os informo direito. Prometo.

Mas como ninguém é de ferro, nem as holandesas, mister se fez que a menina holandesinha fosse a Paris para comprar umas roupinhas. Chiquérrima (ela usou o vocábulo chiquésima, mas isso ainda não foi aportuguesado, portanto, evito repetir), mas cá para nós, me pareceu de mau gosto, gosto pobre. (essa roupinha pode ser vista no postalzinho que ela enviou). As cores, combinandinhas (isso mesmo, assim mesmo), laçarotes e armações é um tanto “estive na Holanda e lembrei-me de você”, mas... fazer o quê, não é mesmo? Falar como o Clifton falava: gosto é igual a ânus. Cada um tem o seu! mas que esse colarinho alto não funciona para quem não tem pescoço, não funciona!

Até que está bonitinha a menina, não está? Pena que o cabeção ainda continue tão grande e, assim, loira, parece maior ainda... pergunto aos meus botões, o que teria sido feito do ninho de guaxo que ela tinha na cabeça? Será que a menina está de peruca e não contou nada? Bem, coisas de mulheres.

A maquiagem está bem feitíssima. Parece até trabalho meu no photoshop, mas não é. Juro. Nem mexi na foto. Um pouco miss Netherlands demais, não concordam?

Enfim, fiquei contente com a ex menina nordestina...(ixi, contei. Sem querer, eu juro!) e suas notícias alvissareiras. Hoje uma próspera holandesa que, apesar das origens, disfarça de alguma forma e ficou rica, herdeira de um moinho e duas casas na rua Bataviastraat, com vista para o Flevopark. Moça de sorte essa, dirão alguns.

A madrinha, coitada, pedala pelo Parque da Cidade mesmo sonhando, ainda, apesar de todas as evidência contrárias, que vai chegar o dia em que ela, distraída, exausta depois de um dia inteiro de trabalho numa revista (ou coisa parecida) onde, de secretária ela chegou a Diretora Geral em 5 dias e arrumou emprego para as filhas, os filhos, o porteiro do edifício onde ela mora, para a manicure, para a irmã e para os genros embora, coitadinha, faz pena, esforçada, mas não consegue fazer uma boa concordância verbal ou nominal que seja.... chegando em casa, encontra no escaninho da portaria, um envelope com um bilhete aéreo. Tomara que chegue mesmo esse dia. A pobre madrinha merece. Afinal ela tripudiou, enganou, desprezou, mentiu, alcovitou em favor da Holandesinha, sua afilhada.

Eu, cá comigo e minhas linhas de tricot, temo que, se chegar esse dia, no envelope esteja um bilhete para a Lacônia, onde mora o dragão lacônico... de ida. Sem volta. Seria muita maldade com uma bruxa madrinha só!

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