quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Impermanência

Eu sou completa impermanência. Assim como tudo. Hoje estou. Não posso dizer o mesmo no próximo instante.

Então, meu amigo, meu irmão, meu filho, apenas me amem como se eu fosse passageiro. Um vento que passa e vai.

Não se apegue a mim. Não me queira pra sempre perto de você. Muito breve estarei em outros lugares e não gostaria que você ficasse chorando a minha ida.

Sou o caixeiro viajante. Sempre chegarei de novo. Sempre com uma mala de quinquilharias novas, lantejoulas e perfumes. Mas logo, logo estarei embarcando no próximo trem em rumo a outra cidade.

Tenha-me como uma imagem apenas. Meu corpo, meus olhos, meus pés, minha fala, meu sorriso não existem. Sou somente virtual.

Se você fizer assim, não sentirá a minha falta.. mesmo porque ela também não existe. Quando eu passar, sopre um sopro leve, enfeitado com um sorriso. Será a moldura que eu preciso para o meu portal.

Um comentário: